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Ginecologia e Obstetrícia23 janeiro 2023

Impacto da pressão do pneumoperitônio durante a histerectomia laparoscópica

Estudo comparou a pressão do pneumoperitônio de 15 mmHg com pressões reduzidas de 12 mmHg e 10 mmHg durante a histerectomia laparoscópica.

A histerectomia videolaparoscópica é uma cirurgia amplamente realizada e, para poder executá-la o cirurgião deve realizar pneumoperitônio. A pressão do pneumoperitônio pode interferir na ventilação do paciente, sendo importante avaliar esse parâmetro para não trazer consequências maléficas para a paciente. Além disso, a pressão alta do pneumoperitônio vem sendo associada a dor no pós-operatório.

Em janeiro de 2023 foi publicado um artigo no European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology como objetivo de investigar o impacto da redução da pressão de insuflação do pneumoperitônio na satisfação do cirurgião. Levando em consideração que os dados atuais sugerem que a redução da pressão de insuflação do pneumoperitônio durante a cirurgia laparoscópica pode afetar a dor pós-operatória e, dada a atual epidemia de opioides, os cirurgiões estão encontrando proativamente maneiras de reduzir a dor pós-operatória. Contudo, não está claro como a pressão reduzida do pneumoperitônio afeta o cirurgião.

Impacto da pressão do pneumoperitônio durante a histerectomia laparoscópica

Métodos

Os pesquisadores realizaram um estudo piloto, duplo-cego, randomizado e controlado, de março de 2020 a julho de 2021, comparando a pressão do pneumoperitônio de 15 mmHg com pressões reduzidas de 12 mmHg e 10 mmHg durante a histerectomia laparoscópica. Os autores do artigo selecionaram um total de 40 pacientes, sendo o desfecho primário a satisfação do cirurgião e os resultados secundários incluíram satisfação da paciente, tempo operatório, perda de sangue, dor pós-operatória, uso de opioides e tempo de alta.

Resultados

De acordo com os pesquisadores, a satisfação do cirurgião foi impactada negativamente com pressões mais baixas de pneumoperitônio. Houve uma diferença aparente, embora não estatisticamente significativa, no tempo operatório e na perda sanguínea. Importante ressaltar que não houve diferença na satisfação da paciente, escores de dor pós-operatória, uso de opioides ou tempo de alta. Os pesquisadores concluíram que a redução da pressão de insuflação do pneumoperitônio durante a histerectomia laparoscópica impactou negativamente a satisfação do cirurgião com uma tendência a tempos operatórios mais longos e maior perda de sangue. E não impactou positivamente a satisfação do paciente, dor pós-operatória, demanda de opioides ou tempo de alta.

Leia também: Resultados em pacientes submetidas a histerectomia com e sem anexectomia

Mensagem prática

Sendo assim, não justifica utilizarmos pressão de pneumoperitônio menor que 15 mmHg.

 

Este artigo foi produzido em parceria com a Elsevier, utilizando os conteúdos baseados em evidências disponíveis na plataforma ClinicalKey. Clique aqui para saber mais.

Autoria

Foto de Letícia Suzano Lelis Bellusci

Letícia Suzano Lelis Bellusci

Graduação em Medicina pela Universidade José do Rosário Vellano ⦁ Residência em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital Regional de Presidente Prudente ⦁ Especialização em Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva pelo Hospital Sírio-Libanês ⦁ Especialização em Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Tecnologia em Saúde ⦁ Especialização em andamento em Medicina fetal pela Fetus

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Referências bibliográficas

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