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Ginecologia e Obstetrícia5 maio 2017

Estudo aponta quais antibióticos gestacionais podem aumentar risco de aborto espontâneo

Estudo avaliou a associação entre a exposição aos antibióticos durante a gravidez e o risco de aborto espontâneo. Veja os resultados!

Por Juliana Festa

Os antibióticos são amplamente utilizados durante a gravidez, entretanto as avaliações relativas à segurança fetal permanecem limitadas. A literatura existente sobre a associação entre o uso de antibióticos gestacionais e o risco de aborto espontâneo fornece resultados conflitantes.

Um estudo publicado recentemente na Canadian Medical Association Journal avaliou a associação entre a exposição aos antibióticos durante a gravidez e o risco de aborto espontâneo.

Realizou-se um estudo caso-controle aninhado dentro de uma coorte de gravidez do Quebec/Canadá (1998-2009). Dez controles por caso foram selecionados aleatoriamente e pareados por idade gestacional e ano de gravidez. O aborto espontâneo foi definido como diagnóstico ou procedimento relacionado ao aborto espontâneo antes da 20ª semana de gestação.

Veja também: ‘Quais são os antiepilépticos mais indicados durante a gestação?’

Foram incluídas mulheres com idade entre 15-45 anos no primeiro dia de gestação. Gestações com exposição a fármacos teratogênicos conhecidos e aquelas que terminaram com o aborto planejado foram excluídas do estudo.
Foram identificadas 182.369 gestações que atenderam aos critérios de inclusão, das quais 8.702 (4,7%) terminaram em aborto espontâneo clinicamente detectado. A média da idade gestacional média foi de 14,1 (desvio padrão: 3,1) semanas (mediana: 14 semanas).

Em comparação com 87.020 controles pareados, as mulheres com aborto espontâneo tinham maior probabilidade de ser mais velhas, viver sozinhas e apresentar comorbidades e infecções.

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Após ajuste para os potenciais fatores de confundimento, o uso de azitromicina (odds ratio [OR] ajustado: 1,65; intervalo de confiança [IC] de 95%: 1,34-2,02; 110 casos expostos), claritromicina (OR ajustado: 2,35; IC 95%: 1,90-2,91; 111 casos expostos), metronidazol (OR ajustado: 1,70; IC 95%: 1,27-2,26; 53 casos expostos), sulfonamidas (OR ajustado: 2,01; IC 95%: 1,36-2,97; 30 casos expostos), tetraciclinas (OR ajustado: 2,59; IC 95%: 1,97-3,41; 67 casos expostos) e quinolonas (OR ajustado: 2,72; IC 95%: 2,27-3,27; 160 casos expostos) foi associado com um risco aumentado de aborto espontâneo.

O estudo concluiu que o uso de macrólidos (excluindo a eritromicina), quinolonas, tetraciclinas, sulfonamidas e metronidazol durante a gravidez foi associado a um risco aumentado de aborto espontâneo. Esses resultados podem ser úteis aos tomadores de decisão para atualizar diretrizes para o tratamento de infecções durante a gravidez.

Referências:

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