A Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora americana de medicamentos e alimentos, pediu a exclusão de seu alerta mais forte contra o uso de estatinas para baixar o colesterol durante a gestação. Segundo o órgão, foi feita uma revisão abrangente dos dados disponíveis sobre o tratamento e por isso, solicita que os fabricantes de estatinas façam a alteração na prescrição.
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A contra-indicação é o aviso mais forte da FDA, sendo somente acionada quando o risco do medicamento supera qualquer um dos benefícios possíveis.
Portanto, como os benefícios das estatinas podem incluir a prevenção de maiores agravamentos, até mesmo fatais em um pequeno grupo de pacientes grávidas de muito alto risco, não é cabível contraindicar estes medicamentos em gestantes.
A FDA ainda destaca que, apesar da mudança, a maioria das pacientes deve interromper as estatinas assim que tiverem a confirmação de que estão grávidas.
O objetivo da mudança sobre as estatinas
Segundo a FDA, a remoção da contra-indicação abrirá a possibilidade para profissionais de saúde e pacientes tomarem suas decisões com base nos benefícios e riscos das estatinas, com destaque para pacientes com alto risco cardíaco, incluindo as com hipercolesterolemia familiar homozigótica e que já tiveram um ataque cardíaco ou derrame. As estatinas são seguras para uso em pacientes que não estão grávidas, mas que podem engravidar.
O que muda para médicos
Nesse contexto, os profissionais de saúde devem recomendar a interrupção do tratamento com estatinas na maioria de suas pacientes grávidas. O médico deve considerar as necessidades e condições terapêuticas de cada paciente, especialmente as com alto risco de eventos cardiovasculares durante a gravidez.
O tratamento da hiperlipidemia normalmente não é necessário durante a gestação, devido à natureza crônica das doenças cardiovasculares, pontua o FDA. A conversa com as pacientes sobre a interrupção temporária das estatinas durante a amamentação se torna imprescindível, destacando que gestantes que fazem o tratamento em questão não são recomendadas para amamentar, uma vez que o medicamento pode ser passado para o leite materno.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referência bibliográfica:
- FDA requests removal of strongest warning against using cholesterol-lowering statins during pregnancy; still advises most pregnant patients should stop taking statins. FDA. 20 de julho de 2021. Disponível em: https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-requests-removal-strongest-warning-against-using-cholesterol-lowering-statins-during-pregnancy?utm_medium=email&utm_source=govdelivery
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