A endometriose é uma patologia comum presente em 10% das mulheres na menacme e 50% das mulheres com infertilidade. A propedêutica da mulher infértil com endometriose ainda é um grande desafio para o ginecologista. Existem muitas hipóteses para explicar por que endometriose causa infertilidade. Inflamação pélvica crônica, presença de aderências, obstrução tubária ou dismotilidade, foliculogênese anormal e baixa reserva ovariana são algumas das possíveis causas fisiopatológicas da infertilidade relacionada à endometriose. Vários marcadores inflamatórios expressos em pacientes com endometriose tem sido associada à abortamento e infertilidade.
Estudo
Em maio de 2022 foi publicada uma revisão sistemática na American College of Obstetricians and Gynecologists com o objetivo de avaliar o efeito da supressão hormonal na fertilidade, quando administrado a pacientes inférteis ou pacientes que desejam engravidar após a cirurgia conservadora de endometriose.
De 3.138 citações, 19 ensaios clínicos (2.028 pacientes) foram incluídos no artigo do autor. No geral, nenhuma diferença foi observada entre o grupo tratamento e o grupo controle em relação a gravidez (RR 1,15; IC 95% 1,00–1,32) e nascidos vivos (RR 1,05; 95% CI 0,84-1,32). Ao agrupar todas as terapias hormonais, a duração da administração da terapia pós-operatória foi identificada como uma fonte substancial de heterogeneidade entre os estudos (diferença I2 574%) com maiores chances de gravidez em comparação com o controle quando administrada por pelo menos três meses (RR 1,22; IC 95% 1,04–1,43). Agonistas do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) (14 ensaios, 1.721 pacientes) foram associadas a maiores chances de gravidez em comparação com placebo ou nenhum tratamento (RR 1,20; IC 95% 1,03-1,41; 2525%). Os dados foram limitados para outros tratamentos hormonais sem diferença significativa entre os grupos. Análises de subgrupos levando em consideração o uso de tratamentos de fertilidade (inseminação ou fertilização in vitro), fases da doença e o risco de viés dos estudos incluídos não modificaram os resultados.
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Conclusão
Os autores concluíram que a supressão hormonal pós-operatória deve ser analisada caso a caso para a fertilidade da paciente. Equilibrando o benefício da supressão hormonal com os riscos de retardar a concepção.
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