Artigo aceito para publicação no The Journal of Pediatrics, em outubro de 2022, avaliou o sistema cardiovascular de crianças nascidas pré-termo e o efeito da restrição de crescimento intrauterino (RCIU) sobre esses parâmetros. Grande parte dos efeitos da prematuridade são sobre o sistema cardiovascular, especialmente sobre a pressão arterial e o endotélio. A pressão arterial parece estar aumentada já durante a infância de crianças que nasceram pré-termo e/ou restritas.
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Métodos
Foram recrutadas 1.122 crianças (827 nascidos prematuros, 295 nascidos a termo), 767 dessas foram avaliadas em suas casas e 240 participaram de testes respiratórios, cardiovasculares e de exercício realizados por uma enfermeira treinada (teste ergométrico) entre 2017 e 2019. Foram analisadas 240 crianças entre 7 e 12 anos, 204 destas (141 nascidas prematuras e 63 nascidas a termo) com dados satisfatórios para análise.
Resultados
A pressão arterial sistólica central foi 6,4 mmHg (IC 95% 1,2 – 11,6) maior nos prematuros com RCIU e 3,4 mmHg (0,02 – 6,8) maior naqueles sem RCIU quando comparado com grupo controle (crianças de termo). A rigidez endotelial aferida pelo Augmentation index (AIx) foi 4,1% (0,7 – 7,4) maior no grupo RCIU e prematuridade quando comparado com aqueles sem RCIU (mas prematuros), mas foi semelhante ao grupo controle (a termo).
O estudo de regressão logística mostrou associação significativa entre idade gestacional, sexo feminino e exposição ao tabaco durante a gestação, mas não RCIU, a pressão arterial sistólica. Em contraste, a RCIU e o índice de massa gorda, mas não a gestação, foram significativamente associados ao Aix (rigidez endotelial).
As respostas ao exercício cardiovascular foram semelhantes entre os três grupos estudados.
Conclusões
Os autores concluíram que os dados mostram as associações diferentes de prematuridade e RCIU na pressão arterial sistólica central e Aix; que as respostas cardiovasculares ao exercício foram semelhantes nos três grupos e que crianças nascidas prematuras com e sem RCIU estão em risco aumentado de doença cardiovascular na vida adulta.
Esses dados sugerem que a avaliação cardiovascular é essencial para prevenir morbidade e mortalidade a longo prazo associados à prematuridade.
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