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Ginecologia e Obstetrícia21 julho 2022

Insuficiência precoce de vitamina D na gravidez e DM gestacional

A diabetes gestacional pode se tornar realidade para mulheres com insuficiência de vitamina D no primeiro trimestre de gravidez. Veja estudo!

A diabetes gestacional tem alta incidência e pode acarretar eventos obstétricos graves, como morte súbita fetal e má formação cardíaca. Sendo assim, é de suma importância pesquisas que procurem fatores de risco ou ações que diminuam sua incidência.

Em julho de 2022 foi publicado um artigo no Journal of Obstetrics and Gynaecology Research com o objetivo de avaliar se existe uma ligação entre os níveis de vitamina D no primeiro trimestre e diabetes mellitus gestacional (DMG). Os autores testaram os níveis de vitamina D no primeiro trimestre das gestantes e os resultados da gravidez foram acompanhados em 1.726 mulheres.

Leia também: Diabetes gestacional e os impactos na saúde da mãe e bebê – parte I

A associação covid-19 e diabetes gestacional aumenta o risco de desfechos desfavoráveis

Estudo

Os resultados obtidos pelos pesquisadores foram os seguintes: Apenas 5,9% das mulheres grávidas têm vitamina D suficiente. Além disso, mais mulheres com DMG estão no estado de insuficiência de vitamina D do que mulheres com tolerância normal à glicose (NGT) (p < 0,05). A idade (razão de chances [OR]: 1,047, intervalo de confiança de 95% [IC]: 1,014-1,081), índice de massa corporal (IMC) pré-gravidez (OR: 1,132, IC 95%: 1,092-1,173) foram fatores de risco de DMG enquanto a vitamina D (OR: 0,979, IC 95%: 0,960-0,999) foi um fator de proteção. E após o ajuste para idade materna e IMC pré-gestacional, a insuficiência de vitamina D (<30 ng/mL) foi um preditor independente de DMG (OR: 2,122, IC 95%: 1,084–4,155); pois o nível de vitamina D correlacionou-se negativamente com a glicemia de jejum no primeiro trimestre.

Veja mais: Diabetes gestacional e os impactos na saúde da mãe e bebê – parte II

Resultado

De acordo com os autores do artigo em discussão, a insuficiência de vitamina D no início da gravidez foi significativamente associada a um risco aumentado de DMG nas mulheres. Sendo necessário realizar a dosagem de vitamina D e sua suplementação quando necessário. Contudo, acredito que novos estudos são necessários para essa recomendação ser incorporada nas diretrizes do pré-natal. Afinal, os resultados dos pesquisadores mostraram que a deficiência de vitamina D está associada com maior risco de DMG, porém não há comprovação que a reposição irá evitar o desfecho obstétrico. Para isso, um ensaio clínico controlado por placebo é necessário.

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Referências bibliográficas

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