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Ginecologia e Obstetrícia5 junho 2025

XV Congresso Brasileiro de DSTs: Tratamento e prevenção de ISTs

Durante os congressos de DSTs, o Dr. Newton Carvalho abordou o tratamento de agentes não convencionais como o Mycoplasma e Ureaplasma

No segundo dia do XV congresso brasileiro de DST, XI Congresso brasileiro de AIDS, VI congresso latino-americano de IST/HIV/AIDS tivemos uma mesa redonda com o Dr. Newton Carvalho sobre o tratamento de agentes não convencionais como o Mycoplasma e Ureaplasma. Estes agentes são os menores microorganismos com vida livre e têm patogenicidade controversa. 

Mycoplasma e Ureaplasma 

A maioria das espécies são apenas colonizadoras da microbiota vaginal. 

A ampla pesquisa molecular desses agentes tem levado à confusão no diagnóstico das infecções x achado de um agente colonizador. 

Os ureaplasmas podem estar associados, em conjunto com a vaginose bacteriana, com complicações obstétricas. Nos homens, podem eventualmente ser causadores de uretrites. 

O Mycoplasma genitalium é o agente com maior potencial patogênico. 

Existe uma preocupação mundial sobre a resistência aos macrolídeos. O tratamento atual preconizado troca a azitromicina dose única pelo uso da doxiciclina seguido de moxifloxacino caso não seja possível testar a sua sensibilidade aos macrolídeos. Se for possível testar e for sensível, a associação deve ser feita com a doxiciclina e azitromicina em esquemas mais prolongados. 

Atualmente não existe indicação para rastrear nem tratar os ureaplasmas. 

Tratamento da neurossífilis 

O Dr. Eduardo Campos, infectologista, palestrou sobre o tratamento da neurossífilis. 

A sífilis terciária pode levar a complicações sistêmicas neurológicas, psiquiátricas, vasculares. 

A neurossífilis pode ter manifestações recentes ou tardias após décadas da infecção. 

As indicações de punção liquórica são os sintomas neurológicos, oftalmológicos e falha de tratamento sem nova exposição sexual. 

O método de escolha para o diagnóstico é o VDRL com sensibilidade de 50-70%. 

A penicilina é a droga de escolha. O padrão é a penicilina cristalina. Todas as pessoas com VDRL positivo no líquor ou sintomas sistêmicos sugestivos que não consigam ser explicados por outros motivos. 

Saiba mais: Congressos de DSTs: Infecções sexualmente transmissíveis em ginecologia

Vacina contra a gonorreia 

A Dra. Angelina Espinosa, professora da Universidade Federal do Espírito Santo, fechou a mesa falando sobre a perspectiva da vacina contra gonorreia. 

A professora falou sobre a preocupação mundial sobre a resistência antibiótica crescente do gonococo e a baixa adesão ao uso dos preservativos. 

No momento ainda não temos nenhuma vacina licenciada contra gonorreia, mas existem alguns ensaios clínicos em andamento. 

A Inglaterra começou, recentemente, a vacinar os homens homossexuais e bissexuais com a vacina contra a Neisseria meningiditis do grupo B devido à proteção cruzada observada e a redução de 40% da infecção com essa estratégia. 

Mensagem prática 

Os microorganismos não convencionais, a resistência antibiótica e as manifestações clínicas atípicas devem ser lembradas sempre no atendimento integral de pessoas com ISTs. 

Autoria

Foto de Caroline Oliveira

Caroline Oliveira

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