Com altos índices de gestações não planejadas ainda é grande a procura por interrupção da gravidez. Porém, sendo um procedimento ilegal no Brasil, as mulheres que procuram esse procedimento acabam em clínicas de aborto clandestinas ou compram misoprostol ilegal, podendo levar a diversas complicações, colocando em risco a vida da mulher.
Avaliação
Toda paciente com suspeita de abortamento provocado deve ser avaliada em relação a hemorragia, sepse, trauma uterino e exposição toxicológica. Não podemos deixar de avaliar a possibilidade de gravidez ectópica, sempre que não existe gravidez intrauterina. Devemos realizar a estabilização hemodinâmica, abrir protocolo de sepse e se necessário tomar as medidas relacionadas a hemorragia uterina (administração de ácido tranexâmico, curetagem uterina, e se necessário histerectomia).
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Assistência e cuidado
Os profissionais de saúde devem se preparar para prestar assistência para pacientes que provocaram aborto. Trata-se de se sentir confortável e confiável com a ambiguidade de prestar cuidados sem saber se é espontâneo ou aborto induzido. Também envolve a preparação para gerenciar as complicações do aborto com risco de vida, que são mais prováveis de serem causadas por meios inseguros. Médicos e as instituições de saúde devem desenvolver estratégias que favoreçam cuidados clínicos eficazes e compassivos sobre a investigação legal das pacientes.
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