O câncer de endométrio ocupa o sétimo lugar de prevalência entre as neoplasias malignas femininas. Sua incidência é maior em países desenvolvidos e tem aumentado a mortalidade em torno de 1,9% nos últimos anos, principalmente pelo aumento da obesidade ao redor do mundo, já que é um fator de risco para neoplasia endometrial.
Nos países desenvolvidos, acomete mais os pacientes entre 65 e 75 anos idade. É classificado em dois subtipos: quando a histologia traz o subtipo endometrioide entra no grupo 1, enquanto todos os outros subtipos são agrupados no câncer endometrial tipo 2.
A abordagem cirúrgica por laparotomia tem sido o tratamento clássico com a realização de histerectomia com anexectomia bilateral. Nos últimos anos, as técnicas minimamente invasivas têm ganhado lugar com resultados semelhantes às técnicas abertas e seguimento com baixas recidivas.
Por último, temos a abordagem robótica ganhando lugar no tratamento de pacientes, principalmente os obesos, onde a dificuldade técnica pode ser complicadora.
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Estudo
Uma revisão sistemática e metanálise publicada no Obstetrics & Gynecology realizou uma coorte com 2332 pacientes de 14 estudos (incluindo pacientes tratadas na Mayo Clinic de 1999 a 2016, com neoplasia endometrial de alto grau). A avaliação incluiu intervalo livre de doença e sobrevida geral dessas pacientes, tanto as operadas na Mayo Clinic quanto dos estudos selecionados (estudos até dezembro de 2020).
Os resultados foram semelhantes ao restante da literatura, corroborando com a possiblidade de tratamento com cirurgia minimamente invasiva para neoplasias endometriais de alto grau, com resultados semelhantes à abordagem por laparotomia. A metanalise não mostrou diferenças significativas para sobrevida geral ou intervalo livre de doença, tanto na abordagem minimamente invasiva quanto na abordagem abdominal (RR 0,93, 95% IC 0,82 – 1,05, I2 20%, P =0,23 e RR 0,92, IC 95% 0,77 – 1,11, I2 31%, P = 0,12).
Mensagem prática
Assim, conclui-se que, se possível, as técnicas minimamente invasivas podem ser, seguramente, utilizadas para tratamento das neoplasias endometriais de alto grau. Os benefícios já são consagrados, como menor tempo cirúrgico e de internação, volta às atividades mais precocemente, menores taxas de infecção e menor perda de sangue intraoperatória.
Autoria

João Marcelo Martins Coluna
Médico Ginecologista e Obstetra formado pela Universidade Estadual de Londrina • Mestrado em Fisiopatologia pela Unoeste (Universidade Oeste Paulista) • Docente da Unoeste (Presidente Prudente) - departamento materno infantil • Preceptor Residência Médica Hospital Regional Presidente Prudente - SP • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Regional Presidente Prudente • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Estadual Dr. Odilo Antunes Siqueira (Presidente Prudente - SP) • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Santa Casa de Misericórdia de Adamantina Plantonista Socorrista Santa Casa de Misericórdia Presidente Prudente • Médico Regulador ambulatorial município de Dracena - SP • Médico Preceptor ambulatorial UNIFADRA (Dracena - SP) • Ginecologista do serviço ambulatorial de Narandiba (SP) • Ginecologista e Obstetra do serviço ambulatorial de Pirapozinho (SP).
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