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Ginecologia e Obstetrícia15 maio 2025

CBGO 2025: Tratamentos alternativos da candidíase vulvovaginal

Em painel durante o 62° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia foram debatidos tratamentos alternativos popularizados em redes sociais para candidíase vulvovaginal

Discussão realizada durante o 62º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO 2025) tratou sobre temas polêmicos divulgados nas redes sociais em relação aos “tratamentos alternativos” para candidíase vulvovaginal.

Óleo de coco

A Dra. Maria Auxiliadora Budib da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul falou sobre as evidências científicas sobre o uso do óleo de coco e outros no tratamento da candidíase vulvovaginal. A especialista pontuou que as evidências atuais mostram que o óleo de coco pode ser adjuvante como veículo e não como terapia isolada e lembrou que não devemos esquecer o comprometimento da segurança do preservativo de látex com uso de cremes ou óleos vaginais.

Leia também: Comparação entre diferentes esquemas de tratamento para candidíase vulvovaginal 

CBGO 2025: Tratamentos alternativos da candidíase vulvovaginal

Óleos essenciais na saúde vulvovaginal

Sobre o óleo essencial de orégano, podem ter sido observados efeitos na redução do crescimento da Candida em estudos pequenos, contudo a utilização da substância ainda não é aprovado na prática clínica. Devend0-se atentar para reações alérgicas produzidas quando o óleo for usado diretamente nas roupas íntimas. Apesar da atividade antibiofilme do óleo essencial de melaleuca ser descrita na literatura, há descrição de risco de irritação local, dessa forma é importante que o óleo seja usado em forma diluída. Importante frisar que existem evidências científicas escassas sobre seu uso isolado e sobre os possíveis riscos de sua utilização.

A Dra. Budib ainda lembrou da importância de não esquecer do princípio bioético da não maleficência quando optar por prescrever substâncias sem literatura bem definida. A literatura é escassa com relação aos riscos de alergia e irritação dessas substâncias, bem como sobre a concentração de utilização, que sofre com a não padronização. Também há um vácuo regulatório e suas interações com antifúngicos convencionais são desconhecidas.

Cromoterapia e diodo emissor de luz (LED)

A Dra. Ana Gabriela Alvares, professora da Universidade do Estado da Bahia discorreu sobre evidências científicas do uso da cromoterapia e diodo emissor de luz (LED). A professora pontuou que a literatura é muito escassa no que se refere ao uso de cromoterapia e diodo emissor de luz (LED) para candidíase.

Segundo a Dra. Alvares, a luz violeta pode inativar esporos e leveduras de acordo com estudos in vitro e pequenos estudos in vivo. Contudo, maiores estudos controlados randomizados são necessários para avaliar possíveis riscos e benefícios associados a essas terapias não convencionais. As informações atuais devem ser discutidas com as pacientes para que haja uma decisão compartilhada e consciente sobre o seu uso.

O 62° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO) acontece entre os dias 14 e 17 de maio, no Rio de Janeiro. Acompanhe a cobertura completa do CBGO 2025 aqui no portal Afya.

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