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Ginecologia e Obstetrícia17 agosto 2022

Associação entre a espessura do segmento uterino entre 18 e 22 semanas e o risco de parto pré-termo

Estudo analisando a relação entre a espessura ultrassonográfica do segmento uterino e o risco de parto pré-termo foi publicado este mês.

A associação entre colo curto e parto pré-termo é bem estabelecida na área médica e há anos vem sendo discutida e estudada na literatura. Entretanto, em alguns países, como exemplo a Tailândia, a disponibilidade e aceitação por parte das mulheres do exame ultrassonográfico transvaginal é baixa, o que inviabiliza a obtenção da medida do colo do útero de forma satisfatória.

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Pensando nesse dado, alguns autores tailandeses desenvolveram um estudo para tentar correlacionar a espessura ultrassonográfica do segmento uterino ao risco de parto pré-termo. A base fisiológica para a hipótese pesquisada advém de dados da literatura que demonstram a modificação ou “afinamento” do segmento uterino no terceiro trimestre que é mais acentuado no trabalho de parto.

entre 18 e 22 semanas e o risco de parto pré-termo

Metodologia

Trata-se de um estudo de coorte prospectivo desenvolvido com gestantes do serviço Maternal-Fetal Medicine unit, Siriraj Hospital. As mulheres que eram submetidas ao exame ultrassonográfico no segundo trimestre eram convidadas a participar desse estudo. Os critérios de inclusão eram ser maior de 18 anos, estar entre 18 e 22 semanas, gestação única, sem cirurgias uterinas prévias e sem fatores de risco para parto pré-termo. Então, durante o exame ultrassonográfico abdominal era realizado a medição do segmento uterino das mulheres que aceitaram.

Foi construído uma curva ROC e realizado regressão logística para avaliar a associação da espessura do segmento uterino e o risco de parto pré-termo, que foi definido como o parto que ocorreu antes de 37 semanas.

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Foram analisados dados de 500 participantes. Ocorreram 64 casos de parto pré-termo (12,8%) na amostra. As medidas do segmento uterino foram obtidas em todas amulheres, com uma média de 6,2 mm e percentil 10 de 4,5 mm.

A curva ROC não permitiu estabelecer um cut-off de qual valor de espessura para o segmento uterino seria considerado para predizer o risco de parto pré-termo, devido a uma baixa performance como preditor (área sob a curva 0,53).

As variáveis que foram possivelmente associadas a parto pré-termo foram idade materna avançada, paridade, índice de massa corporal elevado e espessura do segmento uterino. Após a regressão logística, apenas a espessura do segmento uterino a ultrassonografia menor que 4,5 mm mostrou-se estar associado a parto pré-termo (OR = 2,37 (IC 95% 1,05–5,32), p = 0,037).

Conclusão

Esse estudo contribui com informações para a prática médica, uma vez que associa uma medida ultrassonográfica relativamente simples e realizável em larga escala que pode nos predizer um desfecho obstétrico tão ruim que é o parto pré-termo. Entretanto, mais estudos são necessários para entender como essas informações podem e devem ser aplicadas.

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Referências bibliográficas

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