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Ginecologia e Obstetrícia10 agosto 2023

Aspirina e hipertensão arterial na gravidez

O objetivo foi avaliar o impacto da aspirina no início da gravidez em atrasar o aparecimento dos distúrbios hipertensivos da gravidez. 

Os distúrbios hipertensivos da gravidez continuam a ser um dos principais contribuintes para a morte materna e perinatal e resultam em riscos de saúde a longo prazo para a mãe e para a criança. O risco dessas complicações é maior quando a doença é grave e de início precoce, resultando em parto prematuro. As estimativas sugerem que a hipertensão arterial é responsável por aproximadamente um sexto de todos os nascimentos prematuros e está frequentemente associada à restrição do crescimento fetal. 

Saiba mais: Recorrência de distúrbios hipertensivos da gravidez

Aspirina e hipertensão arterial na gravidez

Aspirina e hipertensão arterial na gravidez

Metodologia 

O estudo foi conduzido entre mulheres de um estudo prospectivo de base populacional no Quênia, Zâmbia, República Democrática do Congo, Paquistão, Índia e Guatemala. A população foi composta de nulíparas, com gestações únicas e idade gestacional entre 6+0 semanas e 13+6 semanas inscritas no ASPIRIN Trial. 

Foram comparadas a incidência de distúrbios hipertensivos em três períodos de idade gestacional (<28, <34 e <37 semanas) entre mulheres que foram randomizadas para aspirina ou placebo. As mulheres incluídas foram randomizadas e tiveram uma resolução da gestação acima de 20 semanas (intenção de tratamento modificada).  

O desfecho primário foram gestações com distúrbios hipertensivos da gravidez associados a parto prematuro antes de <28, < 34 e <37 semanas. Os desfechos secundários incluíram pequeno para a idade gestacional (PIG) <10º percentil, <5º percentil e mortalidade perinatal. 

Resultados 

Entre as 11.976 gestações, aspirina em baixa dosagem não reduziu significativamente distúrbios hipertensivos da gravidez associados a parto prematuro antes de 28 semanas (risco relativo [RR] 0,18, intervalo de confiança de 95% [IC] 0,02– 1,52); no entanto, antes de 34 semanas (RR 0,37, IC 95% 0,17–0,81) e de 37 semanas (RR 0,66, IC 95% 0,49–0,90).  

A taxa geral de distúrbios hipertensivos não diferiu entre os dois grupos (RR 1,08, IC 95% 0,94–1,25). Entre aquelas gestações que tiveram distúrbios hipertensivos da gravidez, a presença de feto PIG (<10º percentil) foi reduzida (RR 0,81, IC 95% 0,67-0,99), embora fetos abaixo do percentil 5 não foi reduzida (RR 0,84, IC 95% 0,64-1,09). Da mesma forma, a mortalidade perinatal entre as gestações com hipertensão arterial ocorreu com menos frequência (RR 0,55, IC 95% 0,33–0,92) naquelas que receberam aspirina.  

Conclusões 

Nesta análise secundária de um estudo de gravidez única em nulíparas de baixo risco, a administração precoce de aspirina em baixa dosagem resultou em taxas mais baixas de distúrbios hipertensivos da gravidez associados a parto prematuro antes de 34 semanas e parto entre 34 e 37 semanas, mas não na taxa geral de hipertenL

Leia também: Quanto tempo esperar para gravidez após cirurgia laparoscópica para endometriose?

Mensagem prática 

Esses resultados sugerem que a aspirina em baixa dosagem funciona em parte atrasando o aparecimento da hipertensão arterial na gravidez. 

Autoria

Foto de Ênio Luis Damaso

Ênio Luis Damaso

Doutor em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) ⦁ Professor no Curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP) ⦁ Professor no Curso de Medicina da Universidade Nove de Julho de Bauru (UNINOVE).

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Referências bibliográficas

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