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Geriatria20 fevereiro 2018

Uso de bifosfonados por tempo prolongado traz benefício?

O uso de bifosfonados (alendronato) é a medida farmacológica com melhor evidencia para evitar fraturas em mulheres com osteoporose.

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O uso de alendronato é a medida farmacológica com melhor evidencia para evitar fraturas em mulheres com osteoporose. A recomendação mais usada e recomendada pela Cochrane é que seu uso dure cerca de 1 a 4 anos, sendo o mais comum o período de 2 anos. Entretanto, qual benefício traria uma tratamento mais duradouro?

Um trabalho com dados da Women’s Health Initiative comparou a incidência de fraturas em mulheres com cerca de 80 anos (97% delas tinham mais que 70 anos) que usavam bifosfonatos por 2 anos e outras que usariam por mais tempo, sendo a duração variável entre 2 e 13 anos. Os grupos foram selecionados respeitando a média de idade de 80 anos, mesmo entre as que usavam há mais tempo.

Foram consideradas fraturas de quadril, coluna vertebral (exceto cervical), pulso e antebraço. É importante destacar que as pacientes de ambos os grupos tinham indicação clínica para uso de alendronato, pois apresentavam densidade óssea baixa.

A análise também foi diferenciada entre dois tipos de mulheres: as que já tinham tido fraturas após os 54 anos e as cujo risco de fratura em 5 anos foi de 1,5% ou mais de acordo com o Fracture Risk Assessment Tool (FRASK).

Foi comparada a incidência de fraturas entre mulheres que usavam bifosfonatos há:

– 2 anos
– 3 a 5 anos
– 6 a 9 anos
– 10 a 13 anos

Vitamina D e cálcio realmente evitam fraturas?

Viu-se que quando se utiliza bifosfonatos por mais de 2 anos o risco de fratura não é reduzido e que quando o uso supera os 9 anos, o risco aumenta. Esses dados foram encontrados tanto entre as mulheres com história de fratura após os 54 anos, quanto entre as que foram selecionadas por terem risco de fratura alto (> 1,5% em 5 anos).

Esse aumento de risco ocorreu para fratura de coluna e quadril, mas não para fratura de pulso e antebraço, resultado para qual os pesquisadores não encontraram justificativa. Para incidência de fratura de quadril, por exemplo, o valor quase dobrou de 6,5 (para 2 anos de uso) para 12,2 (para 10 anos de uso) a cada 1.000 mulheres.

Assim, os autores sugerem que o uso prolongado de bifosfonatos deve ser sempre reavaliado, para que não passe a ter impacto negativo sobre os pacientes. Assim também deve ser avaliado como será a condução do caso a longo prazo, para que tratamentos duradouros em mulheres com alta expectativa de vida não levem a iatrogenia.

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Referências:

  • Long-Term Oral Bisphosphonate Therapy and Fractures in Older Women: The Women’s Health Initiative ; Journal of the Americans Geriatrics Society, 2017
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