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Geriatria29 agosto 2019

Medicamento que retarda o envelhecimento entra em fase de testes em humanos

Estudiosos acreditam que a rapamicina (sirolimus) seja a melhor opção para uma futura pílula anti-idade. Testes clínicos em pessoas já começaram.

Por Úrsula Neves

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Um agente antitumoral possui propriedades especiais capazes de retardar o envelhecimento. É o que aposta os pesquisadores de diferentes países.  

Eles acreditam que a rapamicina (sirolimus) seja a melhor opção para uma futura pílula anti-idade. Esse medicamento é um imunodepressor comumente utilizado contra o processo de rejeição a órgãos transplantados e que se mostrou eficiente no bloqueio de uma enzima que acelera a divisão celular.

A rapamicina foi descoberta acidentalmente nos anos 1970, na Ilha de Páscoa. Foi descoberta ao verificar-­se que as pessoas que andavam descalças não eram contaminadas com o tétano, apesar das perfurações nos pés.

Em um artigo de 2014, pesquisadores constataram que a substância aumentou a expectativa de vida média de 23% em camundongos machos e 26% em camundongos fêmeas.

A próxima fase, com testes clínicos realizados em pessoas, já começou. Ou melhor, começaram. Em todo o mundo há, pelo menos, 2 mil estudos simultâneos em torno das propriedades deste medicamento.

Os cientistas acreditam que a rapamicina possa prevenir ou retardar o aparecimento de quase todas as doenças relacionadas à idade. Essas enfermidades incluem aterosclerose, câncer, Alzheimer, obesidade, resistência a insulina e diabetes de tipo II, cegueira devido à degeneração macular relacionada com a idade, osteoartrite, osteoporose, entre outras.

A substância parece ter um efeito semelhante ao de uma dieta de redução calórica. Uma vez que ela se provou eficaz no aumento da expectativa de vida.

A rapamicina atua em uma proteína chamada mTOR, que controla parte das respostas do metabolismo a situações de estresse. O acúmulo de resíduos e de proteínas defeituosas nas células cresce ao longo do tempo e estimula o envelhecimento.  

A substância age nessa estrutura “defeituosa”, como um disjuntor. Liga e desliga o mecanismo, embora carregue efeitos colaterais relevantes, como infecções, febre, retardo na cicatrização de feridas, citopenias,, taquicardia, hipertensão, sintomas gastrointestinais, proteinúria, distúrbios menstruais, edema, rash e acne.

No entanto, uma série de questões fundamentais permanece sem resposta quanto aos mecanismos pelos quais a rapamicina modula a fisiopatologia e a expectativa de vida relacionada à idade. Alterações na microbiota intestinal podem afetar a fisiologia, o metabolismo e a expectativa de vida do hospedeiro.

Embora estudos recentes tenham mostrado que o tratamento com rapamicina altera a microbiota intestinal em animais idosos, as relações causais entre o tratamento com rapamicina, a dinâmica da microbiota e o envelhecimento ainda são desconhecidas.  

A Rapamicina foi aprovada em 1999 em diferentes países como um medicamento de prescrição para ser utilizado em altas doses diárias como um imunossupressor em medicina de transplante.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

 

Referências:

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