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Geriatria10 setembro 2024

Caso clínico: paciente idoso com confusão mental na emergência

Paciente masculino de 79 anos, portador de hipertensão arterial procurou atendimento médico de emergência por confusão mental.
Por Livia Capuxim

Paciente masculino de 79 anos, portador de hipertensão arterial, hiperplasia prostática benigna e transtorno de ansiedade, em uso regular de olmesartana 40mg uma vez por dia, dutasterida + tansulosina 0,5mg + 0,4mg uma vez por dia, sinvastatina 20mg uma vez por dia, escitalopram 10mg uma vez por dia. Procurou atendimento médico de emergência por confusão mental. Estava acompanhado pela esposa, que contou que naquele dia de manhã o paciente começou a ter falas desconexas, se mostrando confuso e sonolento. Negou febre, sintomas gripais ou urinários. 

Ao exame físico, sinais vitais preservados, ausculta pulmonar e cardíaca normal, abdome inocente. Paciente algo sonolento, interagindo bem com o examinador, mas um pouco desorientado em relação ao tempo. Foram solicitados exames laboratoriais com hemograma e bioquímica, exame de urina e raio X de tórax a fim de realizar rastreio infeccioso e investigação de distúrbios eletrolíticos. Os resultados foram normais, exceto por sódio de 120. 

O paciente foi internado em unidade fechada para reposição de sódio. Durante nova conversa com a esposa para tentar investigar causas de hiponatremia, quando interrogada sobre uso de medicação, ela contou que o escitalopram havia sido iniciado há duas semanas. Logo, o paciente teve diagnóstico de provável hiponatremia causada pelo escitalopram. 

Qual a melhor hipótese diagnóstica?

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paciente idoso com confusão mental

Resposta 

A principal hipótese diagnóstica do caso é de hiponatremia causada pelo escitalopram. O escitalopram é um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS). Um dos efeitos colaterais mais importantes dessa classe é a hiponatremia, que geralmente ocorre nas primeiras semanas de uso. 

No caso descrito, o paciente tinha começado o uso da medicação há duas semanas. Foi internado para a reposição de sódio e o escitalopram foi descontinuado, com boa evolução clínica. 

No atendimento ao paciente idoso, é importante perguntar sobre as medicações de uso contínuo e se houve alguma mudança ou início de alguma nova. Lembrar que esses pacientes estão mais suscetíveis a efeitos colaterais e a interações medicamentosas. 

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