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Geriatria1 agosto 2024

Caso clínico: Paciente idosa com dor lombar

Paciente feminina de 78 anos, portadora de hipertensão arterial, hipotireoidismo e depressão procurou atendimento médico de emergência por dor lombar.
Por Livia Capuxim

Paciente feminina de 78 anos, portadora de hipertensão arterial, hipotireoidismo e depressão, em uso regular de losartana 50mg, anlodipino 5mg, levotiroxina 88mcg e sertralina 50mg. Procurou atendimento médico de emergência por dor lombar. Relata que a dor começou há cerca de três dias, em topografia lombar mediana, constante, com um pouco de queimação. Não conseguia relacionar com movimentos e negava trauma ou esforço físico extenuante. Negava febre ou outros sintomas associados. 

Ao exame físico, sinais vitais normais, ausculta pulmonar e cardíaca normal e exame do abdome inocente. Ao ser solicitada para retirar a blusa para melhor avaliação da região acometida, foi visualizado um pequeno grupamento de vesículas com base eritematosa em topografia lombar, seguindo discreto trajeto linear para direita (topografia de dermátomo). A lesão era discreta e a paciente não conseguia enxergar, por isso não notou o seu aparecimento. 

A paciente teve diagnóstico de herpes zoster sem complicações. Foi liberada com valaciclovir 500mg 2 comprimidos de 8/8h por 7 dias e analgesia. Foi orientada dar seguimento no ambulatório. 

Qual o diagnóstico? 

Veja também: Caso clínico: paciente idoso com queixa de “cabeça vazia”

dor lombar

Hipótese diagnóstica 

A principal hipótese diagnóstica no caso descrito é herpes zoster sem complicação, com quadro clínico compatível. A maioria das pessoas, principalmente as idosas, teve contato com o vírus varicela zoster na infância. E a incidência da doença aumenta com a idade. Geralmente é um quadro benigno e autolimitado, com sinais prodrômicos como dor e queimação e dias depois tem o surgimento das lesões cutâneas. 

As lesões cutâneas são caracterizadas por múltiplas vesículas em base eritematosa, seguindo um dermátomo. Elas são unilaterais e não ultrapassam a linha média. Em pacientes imunocompetentes, as lesões cicatrizam em cerca de 7-10 dias, não sendo mais infectantes. Uma das complicações mais temidas é a neuralgia pós herpética. O tratamento é feito com antiviral (ex.: aciclovir, valaciclovir) e analgesia. O tratamento com antiviral endovenoso é feito em pacientes imunossuprimidos e com doença cutânea mais grave ou disseminação visceral. 

O caso clínico descrito acima mostra um quadro clássico de herpes zoster sem complicação, além de ressaltar a importância do exame físico (a paciente não tinha notado o aparecimento das lesões cutâneas). 

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