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Gastroenterologia15 fevereiro 2023

Perfil epidemiológico da doença inflamatória intestinal no Brasil

Um estudo utilizou dados obtidos através de prontuário ou diretamente com os pacientes doença inflamatória intestinal.

Devido ao aumento de casos de doença inflamatória intestinal (DII) em nosso país, tornam-se relevantes estudos epidemiológicos que classifiquem o perfil clínico desses pacientes. Com isso, o grupo de estudos de doenças inflamatórias intestinais no Brasil (GEDIIB) fez um estudo epidemiológico retrospectivo de pacientes com DII no Brasil.  

sangramento gastrointestinal

Métodos 

Trata-se de estudo observacional retrospectivo, utilizando dados obtidos através de prontuário ou diretamente com os pacientes. Nesse estudo, doença grave foi definida em pacientes com um ou mais dos achados: história de hospitalização ou cirurgia prévia e uso de imunobiológicos. 

Resultados 

Foram incluindos 1179 pacientes com DII, sendo 51% portadores de retocolite ulcerativa (RCU), 48% portadores de Doença de Crohn (DC) e 0,9% portadores de colite indeterminade, com idade média de 34 anos, sendo a maioria do sexo feminino, de etnia caucasiana e não tabagistas. 

O sintoma inicial mais comum foi diarreia (42%), seguido por dor abdominal (38%) e  perda ponderal (20%).  

Na DC, em relação à Classificação de Montreal, os pacientes estavam distribuídos dessa forma:

Idade ao diagnóstico 

Localização 

Comportamento 

Até 16 anos: 5% 

Íleo terminal: 29,7% 

Luminal: 32% 

17-40 anos: 63% 

Colon: 14,3% 

Estenosante: 26,7% 

Acima de 40 anos:32% 

Ileo+colon: 41,2% 

Fistulizante: 11,3% 

 

 

Perianal: 15,5% 

Na RCU, os pacientes apresentavam o seguinte perfil, em relação à extensão da doença: 23,7% tinham doença limitada ao reto; 30% apresentavam colite esquerda e 46,3% apresentavam doença além da flexura esplênica (pancolite). 

Outros dados estão sintetizados na tabela a seguir: 

Perfil nutricional/metabólico 

Tratamento 

Tratamento cirúrgico 

Desnutrição: 3,9% 

Salicilatos: 67% 

Em  34,1%, sendo: 

Eutróficos:47,2% 

Imunossupressores: 47,6% 

54% cirurgias eletivas 

Sobrepeso 30,9%   

Imunobiológicos: 68%  

46% cirurgias de urgência 

Obesos 18% 

Tofacitinibe: 0,8% 

80% cirurgias abertas 

Dentre o uso de imunobiológicos, o mais utilizado foi o infliximabe em 45%, seguido por adalimumabe em 29%. A manifestação extraintestinal mais frequente foi a rematológica.

Nesse estudo, foram identificados os seguintes fatores de riscos associados a DII mais grave: presença de doença de Crohn; presença de pancolite na RCU; idade jovem ao diagnóstico (menor que 20 anos) e associação com manifestações reumatológicas.

Leia também: Desafios no tratamento das doenças inflamatórias intestinais: como romper o teto terapêutico?

Mensagens práticas

Com o aumento dos casos de DII no Brasil, torna-se muito importante conhecer o perfil epidemiológico dos nossos pacientes, a fim de identificar precocemente os fatores de mal prognóstico e poder atuar na janela de oportunidade, evitando danos e sequelas aos pacientes.

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Referências bibliográficas

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