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Endocrinologia13 julho 2018

Terapia combinada de LT3 e LT4 a longo prazo no hipotireoidismo: há benefício?

O manejo sintomático atual do hipotireoidismo consiste na reposição de LT4, uma droga sintética semelhante ao hormônio produzido endogenamente.

Por Maiane Pauletto

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O manejo sintomático atual do hipotireoidismo consiste na reposição de LT4, uma droga sintética semelhante ao hormônio produzido endogenamente. Aproximadamente, 5 a 10% dos pacientes em monoterapia persistem sintomáticos, mesmo com níveis normais de TSH e T4 livre. Você sabe o motivo? Isso pode ocorrer por uma disfunção da desiodase, enzima responsável pela ativação ou inativação dos hormônios da tireoide. E qual a importância disso? Isso poderia justificar o fornecimento de LT3 ao paciente.

Estudos prévios compararam a associação de LT3 e LT4 quanto à melhora sintomática e na qualidade de vida, mas os resultados são conflitantes. Um estudo publicado recentemente no Southern Medical Journal realizou uma revisão de seis anos (2010-2016) e incluiu 100 pacientes em terapia combinada de 2.400 pacientes hipotireoideos que estavam sob acompanhamento em uma clínica da Pensilvânia. Os candidatos à terapia combinada foram os que persistiram sintomáticos após um ano de monoterapia com LT4. A dose inicial de LT3 foi de 5 mcg e a dose máxima, 12,5 mcg (relação 14 LT4: 1 LT3). A duração média do acompanhamento foi de 27 meses.

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Quais os desfechos obtidos com a combinação? A maioria dos pacientes relatou sentir-se de bom a excelente quanto à própria saúde, sem limitação nas atividades diárias, considerava-se saudável em relação a outros conhecidos, sentia-se calma e feliz, independente da droga ser sintética ou natural.

E o risco de hipertireoidismo? Alguns pacientes cursaram com TSH anormalmente baixo e elevação dos níveis de T4 e T3. No entanto, estas alterações persistiram por um período curto de tempo. Nenhum precisou de hospitalização por arritmias e morte cardíaca.

Há, então, benefício no uso de terapia combinada? A terapia combinada ainda é um tratamento experimental, utilizada a critério do médico assistente. Parece ser benéfica aos pacientes que persistem sintomáticos com a monoterapia. Porém, mais ensaios clínicos com ênfase em doses e população adequada são necessários para tornar a indicação rotineira.

CASO CLÍNICO: abordagem ao paciente com hipotireoidismo subclínico

Referências:

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