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Endocrinologia4 abril 2025

Temos mais uma indicação para a semaglutida: dados do STRIDE

A eficácia da semaglutida em reduzir o risco cardiovascular em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e doença cardiovascular (DCV) ou com doença renal crônica (DRC) já foi estabelecida em ensaios clínicos randomizados prévios: o SUSTAIN-6 e o FLOW, respectivamente. Mas será que a droga também é eficaz em melhorar outras complicações ateroscleróticas do …

Por Erik Trovao

A eficácia da semaglutida em reduzir o risco cardiovascular em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e doença cardiovascular (DCV) ou com doença renal crônica (DRC) já foi estabelecida em ensaios clínicos randomizados prévios: o SUSTAIN-6 e o FLOW, respectivamente. Mas será que a droga também é eficaz em melhorar outras complicações ateroscleróticas do DM2, como a doença arterial periférica (DAP)? Esta resposta foi dada por um recente ensaio clínico publicado no The Lancet: o STRIDE.

 

A DAP em membros inferiores tem aumentado em prevalência no mundo todo devido ao envelhecimento da população, especialmente naqueles com doença cardiometabólica, como DM2. Embora a amputação seja uma consequência grave da DAP, os sintomas mais frequentes são aqueles associados ao declínio funcional progressivo, acometendo a capacidade de caminhar. Infelizmente, até o momento, o tratamento clínico desta condição tem limitações. Mas análogos de GLP1, como a semaglutida, têm demonstrado benefícios sobre doenças ateroscleróticas por um provável efeito anti-inflamatório sobre a vasculatura.

 

Levando isto em conta, os autores do STRIDE objetivaram avaliar se a semaglutida melhora a capacidade de caminhar e os sintomas relatados por indivíduos com DM2 e DAP, através de um ensaio clínico duplo-cego e placebo-controlado realizado em 20 países e em 3 continentes: América do Norte, Europa e Ásia.

 

Todos os 1363 participantes selecionados tinham: idade de 18 anos ou mais; DM2 e DAP com claudicação intermitente; e um índice tornozelo-braquial menor ou igual a 0.90 ou um índice dedo do pé-braquial menor ou igual a 0.70.

 

Enquanto 792 indivíduos receberam semaglutida de 1,0 mg injetável, os demais receberam placebo. O tempo de seguimento foi de 52 semanas. A idade média dos participantes foi de 68 anos e maioria (75%) eram homens.

 

Ao final do estudo, a distância máxima de caminhada foi maior no grupo que fez uso da semaglutida do que no grupo placebo, com uma diferença estatisticamente significativa. Também houve melhora significativa dos desfechos secundários: distância de caminhada livre de dor e qualidade de vida.

 

Os autores concluíram, portanto, que a semaglutida é eficaz em melhorar os sintomas e a funcionalidade de pacientes com DM2 e doença arterial periférica, de forma que o análogo de GLP1 passa a fazer parte do arsenal terapêutico para tratamento desta condição. No entanto, ainda são necessários estudos para avaliar o benefício e a segurança da droga nos indivíduos com DAP mas sem DM2.

 

 

 

 

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Erik Trovao

Redator Endocrinopapers

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