Logotipo Afya

Produzido por

Anúncio
Endocrinologia28 novembro 2024

Novo guideline de insuficiência ovariana prematura: recomendações sobre o tratamento

Embora o novo guideline de insuficiência ovariana prematura (IOP) publicado no segundo semestre de 2024 não tenha apresentado grandes novidades relacionadas ao tratamento da IOP, ele trouxe bem mais recomendações do que a versão anterior, detalhando melhor o manejo da condição.   Os autores reforçam a indicação de reposição estrogênica para todas as mulheres com …

Por Erik Trovao

Embora o novo guideline de insuficiência ovariana prematura (IOP) publicado no segundo semestre de 2024 não tenha apresentado grandes novidades relacionadas ao tratamento da IOP, ele trouxe bem mais recomendações do que a versão anterior, detalhando melhor o manejo da condição.

 

Os autores reforçam a indicação de reposição estrogênica para todas as mulheres com IOP até pelo menos a idade habitual da menopausa (em torno dos 50 anos), independente de ter sintomas de hipoestrogenismo ou não, para prevenção primária das complicações associadas e redução da morbimortalidade.

 

A terapia de reposição estrogênica não deve conter menos do que 2 mg/dia de estradiol por via oral ou de 100 mcg/dia por via transdérmica (adesivo), especialmente para manter a saúde óssea. Tanto esquemas contínuos quanto sequenciais podem ser realizados. A progesterona deve ser sempre associada em mulheres com útero, assim como naquelas com história de endometriose, mesmo histerectomizadas, para evitar a recidiva ou a transformação maligna do foco endometrial. As doses de progesterona devem ser mais altas quanto mais altas forem as doses de estradiol.

 

Os autores também reforçam que a terapia de reposição hormonal não garante contracepção. Portanto, naquelas mulheres que desejam contracepção, um contraceptivo hormonal combinado (CHC) é uma opção de tratamento. Ainda não há evidências para determinar se a terapia estrogênica é superior ao CHC ou se ambas são equivalentes (há um ensaio clínico randomizado em andamento para determinar isso). Mas há um receio de que o etinilestradiol presente nas pílulas contraceptivas não tenha aeficácia suficiente para manter a saúde óssea. Portanto, naquelas mulheres com IOP em que se opta pelo tratamento com CHC, deve-se escolher o esquema contínuo para evitar a ausência de ação estrogênica durante os dias de pausa.

 

Por outro lado, os autores reforçam que a terapia de reposição hormonal não reduz as chances de a mulher ter uma concepção natural. Desta forma, se ela apresenta função ovariana intermitente e tem o desejo de engravidar, o esquema sequencial deve ser preferido (a ausência de menstruação durante a pausa será um sinal de concepção).

 

Os autores se posicionam contra ouso de preparações de estrógeno e progesterona denominados como “bioidênticos” pela ausência de dados relacionados à eficácia e segurança.

 

Em relação ao monitoramento da terapia hormonal, o guideline orienta que a dosagem de estradiol pode ser realizada nas seguintes situações: persistência dos sintomas, falha em atingir a adequada proteção óssea e na presença de eventos adversos. O monitoramento também deve incluir a avaliação de fatores de risco cardiovascular (peso, pressão arterial, perfil lipídico, rastreio para diabetes, tabagismo) pelo menos uma vez ao ano. Mamografia não é necessária, uma vez que não há evidências de que a terapia hormonal na IOP aumente o risco de câncer de mama. Portanto, o rastreio do câncer de mama deve ser semelhante ao da população geral.

 

 

Autoria

Foto de Erik Trovao

Erik Trovao

Redator Endocrinopapers

anuncio endocrinopapers

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo

Newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Anúncio

Leia também em Endocrinologia