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Endocrinologia12 setembro 2025

Impacto da composição corporal na demanda de vitamina D em pacientes deficientes

Artigo avaliou a influência da composição corporal na demanda de vitamina D em pacientes com deficiência
Por Juliane Braziliano

A vitamina D ganhou muita notoriedade no meio médico, principalmente após a pandemia da covid-19. É uma vitamina necessária e fundamental para o metabolismo ósseo-esquelético, defesa imunológica e prevenção de doenças. 

Baseado na relevância do tema, recentemente foi publicado um artigo que visou avaliar a influência da composição corporal na demanda de vitamina D em pacientes com deficiência.  

Introdução 

A vitamina D é um micronutriente necessário para diversos processos biológicos. A sua deficiência implica em aumento da incidência de câncer e de doenças de caráter autoimune e cardiovascular. 

De um modo geral, níveis < 20 ng/mL caracterizam deficiência enquanto níveis < 30ng/mL caracterizam insuficiência. 

No presente estudo, visando melhorar a adesão dos pacientes e eliminar diferenças em relação a exposições solares distintas, os pacientes receberam injeções de doses de vitamina D2 até que seus níveis ficassem acima de 30 ng/mL. 

Foi então observado se o nível nutricional de vitamina D foi atingido para determinar qual componente corporal é o principal fator que afeta a biodisponibilidade da vitamina. 

Metodologia 

O estudo ocorreu na China no período de março de 2022 a outubro de 2022, contando com pacientes com idade entre 18 e 60 anos, níveis de 25-OH-vitamina D < 20 ng/mL e sem disfunção renal ou hepática. Os critérios de exclusão foram: suplementação de vitamina D seis meses antes do estudo, uso de medicamentos que poderiam interferir no metabolismo da vitamina D seis meses antes do estudo, déficit cognitivo, presença de alguma doença que pudesse interferir no metabolismo da vitamina D. 

Todos os participantes receberam injeções de vitamina D2 até que seus níveis atingissem a suficiência. Sendo assim, receberam dois doses de 600,000 UI de vitamina D e ajustes a cada seis semanas. 

A dosagem de vitamina D foi feita via exames laboratoriais e a composição corporal foi medida usando absorciometria de raios X de dupla energia (DXA) e corrigida utilizando o índice de massa de gordura corporal (IMGC). 

Resultados 

O estudo contou com 25 participantes, que foram alocados nos seguintes grupos: Os indivíduos que receberam < 1,200,000 Ui de vitamina D2 IM (n=10) e indivíduos que receberam > 2,400,000 Ui de vitamina D2 IM (n=15).  

Foi detectado que os indivíduos que receberam doses maiores, apresentavam maior IMGC e maior gordura visceral.  No entanto, não foi observada interferência da composição de massa magra e do índice de massa corporal (IMC) na biodisponibilidade de vitamina D. 

Veja também: Suplementação de vitamina D na prevenção de DM em indivíduos idosos

Conclusão e mensagem prática 

A massa corporal de gordura, especialmente a gordura visceral, é o principal componente que afeta a biodisponibilidade da vitamina D. Adultos saudáveis com percentual de gordura visceral elevado necessitam de maiores doses de suplementação de vitamina D.  

Sendo assim, a mensagem do estudo é de que não apenas os níveis sanguíneos de vitamina D devem nortear o tratamento da reposição, mas também a análise da composição corporal do indivíduo. 

Entretanto, mais estudos são necessários para entender os possíveis mecanismos que podem afetar a biodisponibilidade da vitamina D. 

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Referências bibliográficas

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