Logotipo Afya
Anúncio
Endocrinologia15 agosto 2024

Caso clínico: Como abordar paciente com queixa de cefaleia e prolactina alta?

Paciente, 45 anos, sexo masculino, previamente hígido, procura acompanhamento com neurologista devido a cefaleia de moderada intensidade

Paciente, 45 anos, sexo masculino, previamente hígido, procura acompanhamento ambulatorial com neurologista devido a dores de cabeça de moderada intensidade, com frequência de duas a três vezes na semana, há aproximadamente quatro meses. Negava qualquer outro sintoma associado. 

Sobre história patológica pregressa, fisiológica e social, nega comorbidades, não fazia uso de nenhuma medicação de maneira contínua, sem alergias e negava tabagismo e etilismo. Era sedentário e nunca havia sido submetido a nenhuma cirurgia. Desenvolvimento sexual sem alterações. 

Histórico familiar positivo para hipertensão arterial sistêmica e hipotireoidismo em pai e mãe, respectivamente. 

Ao exame físico, o paciente não apresentava nenhuma alteração significativa, encontrando-se lúcido, orientado, corado, hidratado e eupneico em ar ambiente. 

PA:112×78 mmHg   FC: 78 bpm    Peso: 90 kg   Alt:1,75   IMC:29,41kg/m2 

AR:MVUA, sem RA. 

ACV:RCR,2T, BNF, sem sopros. 

Neurológico: campimetria visual preservada, bem como avalição de pares cranianos sem alterações. 

Neurologista então solicitou uma ressonância magnética (RM) de sela túrcica que acusou lesão em região hipofisária de 0,8×0,8×0,7 cm, sem compressão de estruturas vizinhas e com quiasma óptico preservado, compatível com microadenoma hipofisário. 

Foi então encaminhado ao endocrinologista que solicitou exames laboratoriais, sendo o mais relevante a dosagem de prolactina, que se encontrava no valor de 120 ng/mL (VR médio: 20-40 ng/mL). 

Veja mais: 1,8 bilhão de pessoas estão sob risco de saúde devido ao sedentarismo, diz OMS

homem com cefaleia

Sendo assim, qual a abordagem dos prolactinomas? 

Dentre os adenomas hipofisários funcionantes, o prolactinoma é o mais comum deles, sendo divididos em microprolactinomas (<1cm) e macroprolactinomas (>1cm). 

Por secretarem prolactina, seus sintomas são decorrentes desse excesso hormonal, sendo os mais notados: galactorreia, hipogonadismo, cefaleia, alterações visuais, hirsutismo, acne, obesidade e osteoporose. 

Para os microprolactinomas, a abordagem terapêutica de escolha é o agonista dopaminérgico cabergolina, devendo ter sua dosagem avaliada dois a três meses após início da terapia e a posteriori, pode ser avaliada a cada seis a 12 meses se a prolactina normalizar. A RM pode ser solicitada se forma anual para monitoramento da lesão e ser avaliada com maior intervalo de tempo se o tamanho da lesão regredir ou estabilizar. 

Já para os macroprolactinomas, principalmente os que possuem efeitos compressivos, a avaliação de um neurocirurgião experiente se faz necessário para provável indicação cirúrgica, de preferência pela via transesfenoidal. 

Em casos recidivantes, pode-se tentar outros agonistas dopaminérgicos para os microprolactinomas (ex: bromocriptina) ou radioterapia para os macroprolactinomas.

Anúncio

Assine nossa newsletter

Aproveite o benefício de manter-se atualizado sem esforço.

Ao assinar a newsletter, você está de acordo com a Política de Privacidade.

Como você avalia este conteúdo?

Sua opinião ajudará outros médicos a encontrar conteúdos mais relevantes.

Compartilhar artigo