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Carreira20 setembro 2024

Como a gamificação impacta a formação dos novos médicos

Personalização, engajamento e tecnologias ajudam a preparar os futuros médicos para os desafios práticos da profissão
Por Redação Afya

Impulsionada por novas tecnologias, a educação médica também vem passando por uma verdadeira revolução. Um bom exemplo dessa guinada é o uso da gamificação na formação de novos profissionais, oferecendo a eles uma abordagem interativa e prática ao aprendizado.

O Dr. Itamar Gonçalves, Coordenador do Centro de Simulação em Saúde da Afya Faculdade de Ciências Médicas, explica que a gamificação cria um ambiente dinâmico e personalizado, ajustando-se ao ritmo de cada estudante e fornecendo feedback imediato — ambos elementos-chave para o desenvolvimento acadêmico.

Personalização em escala

Uma das grandes vantagens da gamificação dentro do ensino da Medicina é a possibilidade de personalizar o aprendizado para diferentes perfis de alunos. De acordo com Dr. Itamar, isso se dá por meio da adaptação ao ritmo de cada estudante, seja em velocidade ou estilo de aprendizagem, com feedback imediato e trilhas de aprendizado que se ajustam às necessidades de cada indivíduo.

“Em larga escala, essa personalização é viabilizada com o uso de tecnologias que permitem o ajuste automático do conteúdo, oferecendo uma experiência única para cada aluno, sem comprometer a diversidade de estilos de aprendizagem”, afirma o professor, ressaltando que a coleta de dados detalhada e o feedback contínuo são pilares que garantem a eficácia dessa abordagem, independentemente do quão numerosa seja a turma.

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Métricas e eficácia

Avaliar o impacto da gamificação no aprendizado dos alunos requer a utilização de métricas específicas. Entre elas, o nível de engajamento, a motivação e o rendimento acadêmico são fundamentais, além do desenvolvimento de habilidades práticas e o feedback dos próprios estudantes, de acordo com o Dr. Itamar.

Para comparar a eficácia da gamificação com métodos tradicionais, são realizados com frequência estudos comparativos utilizando análises estatísticas e pesquisas longitudinais. Estes estudos permitem avaliar a sustentabilidade dos resultados a longo prazo, verificando se os efeitos positivos da gamificação são duradouros em relação aos métodos convencionais.

Integração

Assim como em todas as áreas do conhecimento, o futuro da gamificação no ensino médico passa pela integração com a inteligência artificial (IA) e a realidade virtual. Com o auxílio dessas tecnologias, é possível criar experiências de aprendizado ainda mais imersivas e personalizadas.

“Ambientes verdadeiramente imersivos associados à IA, que analisa dados de desempenho em tempo real, podem identificar padrões de aprendizagem e dificuldades, adaptando o conteúdo às preferências de cada aluno”, explica o Dr. Itamar.

“A realidade virtual, combinada com mecânicas de jogo, oferece aos alunos a oportunidade de vivenciar cenários clínicos em um ambiente seguro e controlado, potencializando o aprendizado”, completa.

Além disso, essas tecnologias favorecem a inclusão e acessibilidade, proporcionando experiências de aprendizado ricas para alunos com diferentes habilidades e contextos socioeconômicos.

Evidências positivas

Diversos estudos apontam que a gamificação não apenas melhora o aprendizado dos estudantes de medicina, mas também influencia positivamente a prática clínica, como demonstra Dr. Itamar.

“Em Xu et al. (2023), é discutida a aplicação da gamificação e dos ‘serious games’ no ensino médico, destacando que essas metodologias melhoram a motivação e o engajamento dos alunos, além de potencializar os resultados de aprendizagem”, diz.

Os “serious games” são jogos com objetivos educacionais claros, enquanto a gamificação envolve a adição de elementos lúdicos em contextos educativos. Ambos contribuem para uma experiência prática que pode ser especialmente benéfica na prática clínica, permitindo que os estudantes desenvolvam habilidades técnicas e de decisão crítica num ambiente seguro​.

“Por outro lado, Kirsch e Spreckelsen (2023) alertam que a gamificação competitiva pode gerar estresse entre os alunos, recomendando que abordagens futuras priorizem a colaboração em vez da competição”, continua.

Há ainda relatos, em Ishizuka et al. (2023), que demonstram que a gamificação melhora a confiança dos alunos na tomada de decisões clínicas e na gestão dos custos médicos, promovendo uma prática clínica mais consciente e eficiente.

A gamificação representa uma abordagem inovadora na educação médica, capaz de oferecer uma experiência personalizada e imersiva, que não só melhora o aprendizado, mas também prepara os futuros médicos para os desafios práticos da profissão.

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Referências bibliográficas

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