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Dermatologia6 maio 2025

Nevo de Reed e nevo de Spitz: definição, dermatoscopia e manejo 

Neste artigo traremos as principais características, os manejos e diagnósticos diferenciais para Nevo de Reed e Nevo de Spitz

O termo “nevo de Spitz” foi introduzido pela primeira vez em 1948 por Sophie Spitz, que o classificava como melanomas da infância. Em 1954, Helwig sugeriu o termo “nevo de células fusiformes” que posteriormente foi substituído por lesão de Spitz. Em 1975, Reed et al. descreveram uma lesão melanocítica benigna, profundamente pigmentada, denominada Nevo de Reed, considerada por alguns autores como variante pigmentada do Nevo de Spitz. 

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Nevo de Spitz 

Clinicamente, o nevo de Spitz apresenta-se como pápula solitária, com superfície lisa, assintomática, geralmente eritematosa, mas com coloração que varia do rosa ao castanho. Surge nas primeiras décadas de vida, é rara ao nascimento e tem predileção pela face ou membros. À dermatoscopia tem o padrão vascular como característica mais proeminente com vasos em pontos e em vírgula, podendo haver rede invertida, o que dificulta a diferenciação com o melanoma amelanótico. 

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Nevo de Reed 

Já o nevo de Reed apresenta-se como uma pápula ou placa, pigmentada, com cor castanho-escura ou preta, geralmente menor que o nevo de Spitz. Afeta os membros inferiores de mulheres jovens, por volta da terceira década de vida, mas pode ocorrer em crianças e adultos jovens. Três padrões dermatoscópicos são descritos, principalmente: Padrão em “starburst”, com pigmentação central e estrias periféricas; padrão globular, com centro acastanhado e periferia com grandes glóbulos marrons; e padrão atípico, com distribuição irregular de cores e estruturas. 

Uma sequência evolutiva para esses nevos foi proposta, com transformação progressiva do padrão globular para o starbust e, posteriormente para um padrão homogêneo. Esse modelo propõe que os padrões dermatoscópicos sejam, na verdade, etapas do processo evolutivo da mesma lesão. 

Saiba mais: Nevo Congênito: definição, apresentação clínica e manejo

Nevo de Reed e nevo de Spitz: definição, dermatoscopia e manejo 

Diagnósticos diferenciais 

A análise histopatológica dessas lesões permite visualizar ninhos de melanócitos fusiformes, localizados na epiderme e na derme papilar. Os principais diagnósticos diferenciais são nevo de Clark, dermatofibroma e melanoma. 

Segundo Lallas et al. (2018), o manejo dessas lesões deve levar em consideração a simetria da lesão, a idade do paciente e o padrão morfológico. O primeiro passo consiste em avaliar se há assimetria, o que indica a exérese da lesão. Se a lesão apresenta simetria, deve-se considerar a idade do paciente: se maior que 12 anos, deve-se realizar a excisão; caso o paciente seja menor que 12 anos deve-se avaliar se a lesão é nodular e, em caso positivo, também deve ser excisada. Entretanto, se a lesão em crianças menores de 12 anos for plana, simétrica e não nodular, o padrão dermatoscópico deve ser analisado. Em caso de padrão starbust clássico, não há necessidade de intervenção imediata, conforme as diretrizes da International Dermoscopy Society (IDS). Para as lesões que não apresentam esse padrão clássico, recomenda-se excisão ou monitoramento próximo. 

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Referências bibliográficas

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