CSBD 2022: Redescobrindo a reparação cutânea com pré e pós bióticos

A importância da barreira cutânea foi um assunto amplamente discutido em todo o Congresso Brasileiro de Dermatologia (CSBD 2022). Um simpósio contou com as Dras. Daniela Pimentel e Flávia Ravelli, além do Dr. Marco Rocha, e discutiu sobre como a barreira cutânea não é mais vista apenas como uma barreira física, mas sim uma barreira físico química, imunológica e microbiana e sobre a importância do reparo da barreira cutânea na rotina dermatológica e no pós procedimento.

A pele sensibilizada tem uma camada córnea mais fina, alteração de pH, menos lípides, alteração de corneodesmossomos e diminuição da variabilidade da microbiota – o que reforça a importância da escolha de um produto de reparação que atue em múltiplas frentes, restaurando a integridade da barreira cutânea, reestabelecendo a microbiota da pele e modulando o processo inflamatório.

O hábito de hidratar a pele melhora a função barreira, mantém o pH fisiológico, repõe os lípides da camada córnea, recupera e diversifica o microbioma, tem ação anti-inflamatória, além de captar e reter água na pele.

O uso de agentes cicatrizantes no pós procedimentos reduz eventos adversos como desidratação, eritema persistente, dermatites, infecções, despigmentação, cicatrizes inestéticas e erupção acneiforme. Um dado muito interessante é o papel anti-inflamatório da niacinamida, modulando a produção exagerada de IL-12, TNF-a e IL-1, o que reduz o risco de erupção acneiforme.

Um produto que combina a higroscopia do D-pantenol à atividade anti-inflamatória da niacinamida e do bisabolol, ao efeito antioxidante da vitamina E contribui muito para o processo de reparação da pele. Além disso, a combinação de ácido hialurônico de alto e baixo peso molecular promove proliferação e diferenciação de queratinócitos epidérmicos, aumento da síntese de ceramidas e interação com proteínas de ligação, levando a hidratação e regeneração de tecidos. Atuar regulando o microbioma é um diferencial atual, o que se reforça com análise metagenômica que revela o efeito pós biótico do uso de prebióticos como o alpha glucan , com aumento de ácido lático e alguns ácidos graxos de cadeia curta, o que clinicamente tem ação umectante e antiinflamatória.

A combinação de agentes cicatrizantes, antioxidantes e umectantes aliados à ação pós biótica é útil na terapia dermatológica, no cuidado pós procedimento, na redução de eventos adversos relacionados à isotretinoína oral e no manejo de dermatites irritativas por exemplo.