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Dermatologia18 novembro 2025

Caso clínico: Lipomas múltiplos pelo corpo: o que pode ser? 

Caso de paciente com múltiplos lipomas indolores nos membros superiores e familiares com quadro clínico semelhante
Por Mariana Santino

Paciente de 43 anos apresenta múltiplos lipomas indolores nos membros superiores (Figura 1), abdome e dorso desde os 20 anos. Refere familiares com quadro clínico semelhante. 

Figura 1

Qual o diagnóstico?  

Trata-se de lipomatose múltipla familiar. Essa é uma condição rara autossômica dominante e de penetrância variável, benigna, em que há múltiplos lipomas subcutâneos afetando tronco e extremidades. Geralmente poupa cabeça e pescoço. Não há lipoatrofia associada. Afeta igualmente homens e mulheres e começam a surgir os lipomas a partir da terceira década de vida e geralmente até a quinta década. Costuma ser indolor, podendo cursar com queimação e prurido durante seu surgimento.  

Os lipomas são formados por massas arredondadas, móveis e de consistência macia e pastosa. Na histopatologia é observado um tumor fibrogorduroso encapsulado.  

Na lipomatose múltipla familiar pode haver nevos, angiomas, polineuropatia ou lipomatose gastrointestinal associada. Não parece ser associado com síndrome metabólica.  

Quais são os seus diagnósticos diferenciais?  

Entre seus diagnósticos diferenciais está a lipomatose múltipla simétrica ou doença de Madlung. É uma doença mais comum em homens e alcoolistas, cursando com depósitos de gordura não encapsulada na parte superior do tronco (ombros, região supraclavicular, região proximal dos braços) e nuca, com aparência de corcova de búfalo, no subtipo 1 e mais clássico, ou no abdome e coxas (subtipo 2).  

Também pode ser diferenciada da doença de Dercum que cursa com lipomas múltiplos dolorosos. Mais comum em mulheres na pós-menopausa ou nas mais jovens e tendo associação frequente com sobrepeso ou obesidade.  

Tem tratamento?  

Tratamento não é necessário, apenas para benefício estético e funcional, se os lipomas afetarem a qualidade de vida do paciente. Lipomas abdominais podem dificultar a flexão do tronco, enquanto os lipomas em cima de tendões dos membros superiores podem causar desconforto ao movimento.  

O principal tratamento é a exérese cirúrgica, mas que pode deixar cicatriz, o que pode ser indesejado, ainda mais naqueles que tem múltiplas lesões. Lipossucção é outra opção de tratamento, menos invasiva, mas que pode levar à remoção incompleta do lipoma. Por fim, lipólise com fosfatidilcolina ainda carece de mais estudos. 

Autoria

Foto de Mariana Santino

Mariana Santino

Médica pela Universidade Federal Fluminense (UFF)  • Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)  • Título de Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia

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