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Dermatologia24 julho 2025

Caso clínico: Fissuras na perna de idosa. Qual pode ser o diagnóstico?

Paciente apresentando placas formadas por fissuras eritematosas superficiais que dão aspecto final de “leito de rio seco”
Por Mariana Santino

Paciente de 85 anos queixa-se de ressecamento nas pernas de longa evolução e com piora no inverno e prurido associado. Ao exame, placas eritematosas acastanhadas, descamativas e com fissuras em meio à pele xerótica (ressecada), com aspecto de “rio seco” na perna esquerda (Figura) e sem sinais clínicos de insuficiência venosa. 

 

Caso clínico: Fissuras na perna de idosa. Qual pode ser o diagnóstico?

 

Você sabe o diagnóstico?  

Pela história e pela clínica, foi aventado diagnóstico de eczema asteatósico e indicado tratamento com hidratação cutânea intensa e corticoide tópico.  

Do que se trata essa doença?  

Eczema asteatósico ou eczema craquelê é uma dermatite pruriginosa crônica que geralmente afeta idosos (> 55-60 anos) com pele ressecada em climas frios e secos. Ele ocorre pela perda de lipídeos cutâneos, consequentemente danificando a barreira cutânea e facilitando a perda transepidérmica de água.  

O seu quadro clínico é representado por placas formadas por fissuras eritematosas superficiais e de padrão linear serpiginoso, poligonal ou curvilíneo, interceptadas, e que dão aspecto final de “leito de rio seco” ou de “porcelana rachada”, associado com escamas brancas finas sobrepostas e pele ressecada de base. Pode ter liquenificação, exsudação, escoriações, crostas, edema, sangramento e dor nas fissuras. Geralmente ocorrem nas extremidades e no tronco e surgem principalmente no inverno e em clima frio e seco. As lesões costumam ser intensamente pruriginosas.  

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Entre seus fatores de risco estão: clima frio e umidade baixa, xerose cutânea, idosos (pelo conteúdo de lipídios diminuído na pele), má nutrição, uso de agentes de limpeza desengordurantes, banho quente e prolongado, atopia, hipotireoidismo, medicamentos, malignidades etc.   

O diagnóstico é clínico, baseado no exame físico e na história de fatores externos agravantes. Entre seus diagnósticos diferenciais está a ictiose adquirida.  

Quanto ao tratamento, a primeira linha é o uso de hidratantes emolientes 2x/dia e imediatamente após o banho, quando a pele ainda está úmida. Em casos muito sintomáticos, pode-se usar corticoide tópico e anti-histamínico oral, se prurido. 

Medidas gerais como suspender fator causal, reduzir uso de sabonetes e detergentes, substituir os agentes saponáceos por óleo de banho ou gel de limpeza sem sabão durante o banho, além de tomar banhos curtos com água morna a fria, também podem ajudar.

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