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Dermatologia25 setembro 2024

Caso clínico: Como manejar o carbúnculo?

Exemplo de manejo de paciente homem de 47 anos, diabético, com quadro clínico é compatível com o diagnóstico de carbúnculo.
Por Mariana Santino

Homem de 47 anos, diabético, apresentava lesão dolorosa no dorso com doze dias de evolução. Referia episódio único de febre no início do quadro, drenagem de exsudato purulento pela lesão e sensação de que a mesma vinha aumentando de tamanho. Ao exame,  nódulo eritemato-vinhoso, único, de aproximadamente 6 cm de diâmetro, macio e flutuante, com múltiplos orifícios de drenagem de exsudato purulento (Figura 1).

Caso clínico: Como manejar o carbúnculo?

Imagem de freepik

Qual o diagnóstico e conduta?

O quadro clínico é compatível com o diagnóstico de carbúnculo. No caso do paciente descrito, foi realizada incisão e drenagem da lesão, rompendo as loculações com cureta, além de coleta do conteúdo purulento para cultura de germes comuns e antibiograma antes do início do antibiótico. Iniciado Cefalexina 500 mg de 6/6 horas, quando saiu o resultado da cultura positiva para Staphylococus aureus resistente à meticilina (MRSA). O antibiótico foi então trocado para Sulfametoxazol + trimetoprima 800 + 160 mg de 12/12 horas por 14 dias. A resolução total do quadro ocorreu após semanas, deixando cicatriz no local.

O carbúnculo representa a coalescência de dois ou mais furúnculos no mesmo local, criando múltiplas vias sinusoidais de drenagem que se estende profundamente no tecido subcutâneo. É causado mais comumente por Staphylococus aureus, mas ocasionalmente ocorre por bactérias anaeróbias. Antigamente era conhecido como Antraz, mas hoje esse nome fica reservado para uma doença causada pela infecção pelo B. anthracis.

É infecção comum, pode acometer qualquer idade, sendo mais comum em adultos jovens ou de meia idade e principalmente homens.

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Clinicamente o carbúnculo inicia como papulopústula (foliculite ou furúnculo) que gradualmente, em dias a semanas, aumenta de tamanho até formar nódulo eritematoso doloroso, solitário ou múltiplo, com múltiplos trajetos drenando exsudato purulento ou serossanguinolento. Pode evoluir para úlcera. Ocorre em qualquer área corporal que tenha pelo, mas é mais comum na face, na nuca, no ombro, no dorso, na axila, na nádega, na região inguinal e na coxa. Entre os fatores predisponentes estão: diabetes melitus, alcoolismo, desnutrição, obesidade, imunodeficiência e colonização crônica por MRSA.

O tratamento baseia-se em incisão e drenagem, quando há flutuação da lesão, e na antibioticoterapia sistêmica (Cefalexina, Cefadroxila ou Amoxicilina + Clavulanato). Quando o paciente com carbúnculo é MRSA, é necessário usar outros antibióticos, como Sulfametoxazol + trimetoprima ou Clindamicina. Para evidenciar essa bactéria resistente pode se fazer necessário coletar a cultura do pus antes de iniciar o antibiótico. Compressa de água morna pode ser associada quando ainda não está na fase de flutuação para facilitar a drenagem do nódulo.

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Referências bibliográficas

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