A resposta é sim! Homens e mulheres podem desenvolver osteoporose. A taxa em homens representa 20 % dos casos totais e 25% dos casos de fratura de quadril. É mais comum após os 50 anos em mulheres e 70 anos em homens.
Pode não parecer, mas o osso é um estrutura viva e dinâmica, que se molda e se “fortalece” com a sobrecarga mecânica das atividades físicas. Tem as funções de movimentação do corpo, proteção dos órgãos, arcabouço para a medula óssea e reserva de cálcio e fósforo.
A osteoporose, portanto, é considerada uma doença metabólica, com diminuição na mineralização, quantidade e microarquitetura dos ossos. O osso fica mais frágil e mais susceptível a fraturas.
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Por que homens têm menos osteoporose?
Durante o desenvolvimento, os homens acumulam mais massa óssea e músculos do que as mulheres. Isso pode ser explicado provavelmente pela maior carga de atividade física e também maiores taxas do hormônio testosterona, além de não passarem pela menopausa. Outro fator a ser lembrado é que o exame de densitometria óssea, que faz diagnóstico de osteoporose, é pouco solicitado nesse gênero.
Tenho fatores de risco para osteoporose?
Os maiores fatores de risco são:
- Antecedente pessoal de fratura óssea com traumas leves;
- Antecedente familiar de fratura óssea;
- Baixo peso (menos de 58 quilos);
- Tabagismo;
- Uso de medicações corticoesteroides por mais de 3 meses;
Os fatores de risco menores são:
- Baixa quantidade do hormônio estrogênio em mulheres abaixo de 45 anos;
- Fatores que diminuem a atividade física (imobilismo, acidente vascular cerebral, lesão na medula, demência, síndrome de fragilidade);
- Baixa ingestão de cálcio, alta ingestão de cafeína;
- Consumo de álcool maior que 2 doses ao dia;
Mas por que tratar a osteoporose?
As complicações mais temidas da osteoporose são as fraturas. Na coluna vertebral, as fraturas geram dor e alterações posturais (como a cifose). No quadril, as fraturas têm alta morbimortalidade, aumentando o risco de morte e de incapacidade física.
Outros ossos também ficam mais susceptíveis a fraturas, como os ossos do punho. O indivíduo pode sofrer um trauma e quebrar o osso ou também o osso fraco pode se quebrar sozinho por fragilidade.
A queda é a maior causa de morte acidental em indivíduos com mais de 65 anos.
Saiba mais: Como podemos prevenir a osteoporose induzida por corticoide?
Indicações para realizar a densitometria óssea
- Qualquer adulto com fratura óssea após trauma mínimo;
- Mulheres pós-menopausa ou antes se houver fatores de risco;
- Homens com mais de 70 anos ou mais de 50 anos com fator de risco;
- Doenças que geram baixa massa óssea (Doença de Paget, Osteomalácia, Osteogênese Imperfecta, Hiperparatireoidismo, Hipogonadismo, síndromes Intestinais Mal-Absortivas, algumas Neoplasias);
- Doenças que geram Osteoporose Neurogênica (AVC, lesão medular);
- Uso crônico de medicações: corticoesteroides, heparina, varfarina, anticonvulsivantes, lítio, ciclosporina, metrotexato;
- Indivíduos já com diagnóstico de osteoporose e que estão fazendo o tratamento;
A prevenção de osteoporose se resume em:
- Ingesta adequada de alimentos com cálcio (1.200 a 1.500 mg por dia, divididos em 4 refeições diárias);
- Tomar Sol para produzir Vitamina D – 5% da área exposta corporal (um braço ou uma perna, direto no sol, sem protetor solar e com janela aberta) por 15 minutos diariamente. É ela que “ajuda a colocar o cálcio dentro do osso”;
- Fazer atividade física. O osso fica mais forte com exercícios físicos de impacto e resistência. Exercícios sem a carga da gravidade, como hidroginástica e bicicleta tem um efeito menor sobre o fortalecimento do osso;
- Evitar ingesta excessiva de proteínas e cafeína, pois elas aumentam a excreção de cálcio;
Tratamento medicamentoso
O médico deve avaliar a necessidade de suplementação de cálcio e vitamina D. Adicionalmente, pode-se pensar em Terapias de Reposição Hormonal para mulheres e homens.
Existem diversas medicações aprovadas para o tratamento da osteoporose. As classes medicamentosas se dividem entre Formadores de Osso, como o Teriparatide ou antirreabsortivos, como o Alendronato de Sódio, Ácido Zoledrônico, Raloxifeno, Denosumab, Ranelato de Estrôncio.
Manter um nível adequado de atividade física com exercícios aeróbicos, de resistência, equilíbrio, alongamentos e plataforma vibratória são fundamentais para o sucesso do tratamento.
Referências bibliográficas:
- Compston J, et al & The National Osteoporosis Guideline Group (NOGG). UK clinical guideline for the prevention and treatment of osteoporosis. Archives of Osteoporosis. 2017;12(43). doi: 10.1007/s11657-017-0324-5.
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