A epicondilite lateral, também conhecida como “cotovelo de tenista”, é uma condição degenerativa dos tendões encontrados na parte externa do cotovelo. A causa mais comum é a sobrecarga dos tendões do antebraço que se conectam ao epicôndilo lateral do cotovelo, especialmente os músculos extensores do punho e dedos levando a dificuldade em realizar movimentos simples como segurar objetos, escrever ou mover o antebraço podendo agravar a dor.
A proloterapia um tratamento que consiste em injeção de uma substância irritante como a dextrose (geralmente glicose a 5% podendo chegar a 15% a 25% de concentração como utilizado no estudo) em areas de tendões , ligamentos, articulações , pontos sensíveis em músculos (chamados de trigger points) com o objetivo de gerar uma resposta imunológica local que faça com o que o corpo responda gerando um processo de regeneração no local aplicado, assim diminuindo a dor e adquirindo a recuperação de algum grau de funcionalidade.
Os homens entre 30 e 50 anos de idade são os mais afetados. Algumas profissões e atividades merecem atenção maior, como os esportistas de tênis, squash, voleibol, golfe (epicondilite medial) e badminton; digitadores e usuários frequentes de computador; pintores, carpinteiros, marceneiros, mecânicos e trabalhadores de linha de produção industrial ou que usam ferramentas repetidamente.
Veja mais: Epicondilite lateral – o que é, como diagnosticar e tratar
Técnica de aplicação
- Agulha: Fina (25–27G) para injeção subcutânea ou periarticular.
- Diluição: a solução mais comum é dextrose 15% a 25% em água destilada ou solução salina; algumas variações usam morruato de sódio, glicerina ou fenol.
- Local anatômico: pontos ao redor do epicôndilo lateral do úmero, inserindo próximo à inserção dos tendões extensores do punho e dedos (como o extensor radial curto do carpo e o extensor dos dedos).
- Número de injeções: geralmente duas a quatro sessões, espaçadas de duas a seis semanas, dependendo da resposta clínica.
- Técnica guiada: pode ser feita à palpação ou com ultrassom para maior precisão.
O objetivo é criar microirritação controlada, estimulando a inflamação local leve, que desencadeia reparo tecidual e fortalecimento dos tendões.
Aplicabilidade clínica e relevância:
A proloterapia se torna então uma opção terapêutica para pacientes que não responderam a tratamentos convencionais, como fisioterapia e anti-inflamatórios não esteroidais, podendo, portanto, contribuir significativamente com a tentativa de devolver ao individuo qualidade de vida e funcionalidade com resposta individual.
O estudo contribui, portanto, para a compreensão da eficácia da proloterapia na epicondilite lateral, fornecendo evidencias que podem orientar a prática clínica no tratamento de dor crônica.
Resultados da proloterapia na dor (VAS)
Período |
Redução da Dor (SMD*) |
IC 95% |
Significância |
Médio prazo (até 6 meses) |
–0,85 |
–1,29 a –0,41 |
significativa |
Longo prazo (≥ 6 meses) |
–1,05 |
–2,06 a –0,03 |
significativa |
SMD = Standardized Mean Difference (diferença média padronizada). Valores negativos indicam redução da dor.
Considerações
Os pacientes tratados com proloterapia apresentaram redução consistente da dor no médio prazo. Esse efeito se manteve no longo prazo, reforçando a durabilidade do benefício. Além da dor, houve também melhora funcional, importante clinicamente para retorno às atividades.
Em alguns estudos comparativos incluídos na revisão, a proloterapia se mostrou tão eficaz ou superior a tratamentos conservadores tradicionais (como fisioterapia isolada ou anti-inflamatórios).
Conclusão
A proloterapia com dextrose demonstrou reduzir de forma consistente a dor em até 80% dos pacientes com epicondilite lateral, com resultados mantidos ao longo do tempo. Além da melhora funcional, destaca-se o fato de ser um procedimento minimamente invasivo, de baixo custo, com poucos efeitos adversos e aplicável em ambiente ambulatorial. Esses achados reforçam que a proloterapia deve ser considerada como uma opção terapêutica real e promissora para pacientes com dor crônica resistente aos tratamentos convencionais.
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