A maioria dos pacientes recebe alguma forma de tratamento intravenoso durante a internação, e um número significativo desses pacientes requer reposição de fluidos na forma de expansores de volume. Existem dois tipos de expansores de volume, cristaloides e coloides, e cada um tem vantagens e desvantagens sendo adaptáveis ao paciente e sua comorbidade.
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O sistema circulatório é essencial para a distribuição de sangue rico em oxigênio para os órgãos e tecidos do corpo. Um ciclo cardíaco é o processo de cada contração e relaxamento do coração que bombeia o sangue. O transporte contínuo de sangue requer que os vasos sanguíneos do sistema circulatório carreguem sangue oxigenado para os tecidos do corpo.
Conhecendo os fluidos
Cristaloides são líquidos usados para aumentar o volume de fluido nos vasos sanguíneos e fornecer um fluido de manutenção. Eles podem ser usados para tratar hipovolemia e como expansores de volume. Também protegem contra outros meios que podem levar à hipovolemia: perda imperceptível de água ou diminuição da ingestão oral de líquidos.
- Soro fisiológico;
- Ringer lactato;
- Ringer.
Os coloides são tipos de soluções intravenosas que são usadas para manter uma quantidade adequada de volume no sistema circulatório, bem como a pressão dentro dos vasos sanguíneos. Normalmente, o corpo produz substâncias dentro que mantém volume e pressão, que normalmente é o trabalho da albumina, fibrinogênio e globulina. Os coloides ajudam a manter o volume intravascular, uma vez que contêm proteínas que aumentam a pressão oncótica dentro dos vasos.
- Albumina;
- Dextran 40;
- HES (hidroxietilamido).
A importância do manejo
A administração de fluidos intravenosos deve ser tratada como qualquer outra prescrição farmacológica. Os três principais objetivos das condutas da fluidoterapia são: recondicionar, substituir e manter. Além disso, o efeito da administração de líquidos como diluentes de drogas ou para manter a desobstrução do cateter, também deve ser avaliado, uma vez que entra no sistema cardíaco. O fluxo de líquido deve ser considerado, em virtude de seu impacto de acordo com o objetivo de manejo.
No cenário pré-operatório, o padrão de tratamento é aquele com manutenção da perfusão adequada dos órgãos, limitando ou aumentando a administração de fluidos.
Protocolos que incluem uma administração contínua restritiva de fluidos para atingir metas hemodinâmicas foram propostos. Uma abordagem semelhante deve ser considerada também para pacientes críticos, nos quais o aumento da permeabilidade endotelial torna essa estratégia mais relevante. Protocolos ativos de desescalonamento podem ser necessários em uma fase posterior. O modelo conceitual R.O.S.E. (Reanimação, Otimização, Estabilização, Evacuação) resume com precisão uma abordagem dinâmica da fluidoterapia, maximizando os benefícios e minimizando os danos.
As diretrizes internacionais recentemente atualizadas da Surviving Sepsis Campaign recomendam cristaloides como o fluido de escolha em pacientes com sepse e choque séptico. A albumina é recomendada “quando os pacientes necessitam de quantidades substanciais de cristaloides. Várias diretrizes recomendam contra a expansores plasmáticos devido a preocupações de segurança observadas nos principais ensaios consistentes com o risco significativamente aumentado de mortalidade.
Mensagem final sobre fluidoterapia
A perspectiva de hidratar o paciente varia de acordo com ambiente em que é usada. Para aqueles cujo o objetivo é pré-operatório, deve-se fazer de um jeito. Todavia, pacientes críticos margeiam a ressuscitação volêmica como caminho a estabilização hemodinâmica e assim por diante.
O estudo da fluidoterapia necessita de abordagem e conhecimento dos tipos de fluidos e de individualização de acordo com o quadro do paciente, uma vez que hidratar alguém está na mesma proporção que uma medida farmacológica intensa.
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