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Cirurgia14 setembro 2024

Infecção de sítio cirúrgico em cirurgias abdominais

Uma meta análise examinou 107 estudos relacionados aos temas “fator de risco”, “infecção de sítio cirúrgico” e “cirurgia abdominal”.
Por Jader Ricco

As infecções de sítio cirúrgico (ISCs) são afecções que ocorrem no período de 30 dias após procedimento cirúrgico. Se for usado algum implante no local, como telas para correção de hérnias, será considerado ISC infecções no local no período de até 1 ano. 

As infecções do sítio cirúrgico acometem cerca de 9,4% a 23,2% dos pacientes cirúrgicos em todo o mundo e desses, 38% morrem devido à infecção. As ISCs têm impacto significativo na saúde física e mental dos pacientes, além de levar a internações prolongadas, reoperações, readmissão e aumento de custos hospitalares. 

 

Metodologia 

Uma meta análise conduzida por Fereidoun Jahangir et al. analisou 107 estudos de diversas partes do mundo relacionados aos temas “fator de risco”, “infecção de sítio cirúrgico” e “cirurgia abdominal”. Os fatores de risco foram classificados em duas categorias principais – os relacionados ao paciente e os relacionados à cirurgia. As infecções foram divididas em superficiais (afetando apenas pele e subcutâneo) e profundas (fáscia e músculos). 

Dos 107 estudos analisados, todos foram usados para determinar os fatores de risco relacionados às infecções de sítio cirúrgico e 81 coortes usados para estimar a incidência global de ISC em cirurgia abdominal. 

 

Fatores que mais influenciam nas ISCs 

De acordo com o National Nosocomial Infections Surveillance System (NNIS) os fatores de risco mais relevantes para ISCs consistem em duração do procedimento, classificação em relação a contaminação (limpa, potencialmente contaminada, contaminada, infectada) e classificação pela American Society of Anesthesiologists (ASA). O levantamento feito por Fereidoun Jahangir et. al classificou os dois primeiros como altamente consistentes, mas ASA foi classificado como moderadamente consistente. 

Índice de massa corporal (IMC) elevados foram classificados como fator de risco moderadamente consistente. A forma como a cirurgia foi realizada (urgência ou eletiva), transfusões de sangue e uso de drenos também foram considerados fatores consistentes nas ISCs. Em geral, procedimentos por videolaparoscopia apresentam menor risco de ISC em comparação com técnicas abertas.  

Tabagismo e diabetes foram classificados como fatores de risco inconsistentes. Entretanto, mais estudos são necessários para melhor definição desses agentes. Alguns estudos como o de Cai et al. mostraram que tanto o tabagismo quanto o diabetes eram fatores de risco independentes para o desenvolvimento de ISC em cirurgia colorretal. Townsend et al. destacam tabagismo, desnutrição proteico-calórica e obesidade como fatores de risco passíveis de otimização pré-operatória. 

A incidência de ISCs em cirurgias abdominais foi estimada em 10,6%, o que está de acordo com estudo de coorte internacional conduzido pela GlobalSurg.

 

Considerações 

A identificação de fatores de risco para ISCs é de suma importância, pois permite esforços para mudar esses fatores ou, pelo menos, tentar minimizar os riscos de infecções relacionadas ao sítio cirúrgico.  

 

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