A artrodese do joelho é um procedimento que promove fusão da articulação. Apesar de eliminar a mobilidade, garante melhora da dor local. Com o desenvolvimento das técnicas modernas de artroplastia, este procedimento vem sendo pouco utilizando para o tratamento primário da artrose do joelho, embora ainda tenha indicação para alguns pacientes selecionados.
Por outro lado , a artrodese do joelho se tornou uma cirurgia útil para o tratamento de complicações infecciosas das artroplastias de joelho, especialmente quando revisão com um novo implante não é possível. São procedimentos de salvação utilizadas em pacientes com condições de pele ruins, incompetência do mecanismo extensor mas que ainda mantém bom estoque ósseo possibilitando a consolidação. Representam uma alternativa à amputação, e quando bem sucedidas podem propiciar um membro funcional permitindo a deambulação sem dor.
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Estudo recente
Poucos estudos investigam os resultados da artrodese de joelho após infecções periprotéticas. Recentemente um estudo publicado na revista The Journal of Arthroplasty reporta o resultado de uma série de casos de 51 pacientes submetidos a artrodese para tratamento de infecção após prótese do joelho.
Trata-se de um estudo retrospectivo de 51 casos operados entre 2000 e 2016 por um mesmo cirurgião, incluindo pacientes com pelo menos 2 anos de seguimento pós-operatório . O procedimento foi realizado em dois estágios, sendo primeiro realizada retirada dos implantes e posicionado um espaçador; em segundo procedimento foi realizada a artrodese com haste intramedular (47), placas (3) ou fixador externo (1). Dados demográficos dos pacientes, comorbidades, história cirúrgica, dados radiográficos e resultados do tratamento foram registrados.
Resultados
A infecção foi controlada com sucesso em 48 dos 51 pacientes (94,1%). Dos casos bem sucedidos, metade precisou de outra abordagem cirúrgica após a artrodese. Falha de consolidação, consolidação viciosa ou retardo de consolidação foi observada em 10 pacientes (19,6%).
Dos 48 pacientes que foram tratados com sucesso com artrodese, 41 (85,4%) mantiveram-se deambuladores, 9 deles (18,8%) não necessitando de muletas. Três pacientes (5,9%) precisaram de amputação após a artrodese, sendo esta taxa considerada baixa.
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O estudo apresenta algumas limitações. O tamanho da amostra e sua heterogeneidade incluindo pacientes submetidos a artrodese com placa, fixador e haste limita algumas interpretações de resultados. Além disso, este estudo foi limitado a um único cirurgião em um mesmo centro de tratamento.
O estudo conclui que a artrodese é útil para controle da infecção e apresenta altas taxas de sucesso. O índice de falha com amputação foi baixo nessa série relatada.
Referências bibliográficas:
- Yeung CM, Lichstein PM, Varady NH, Maguire JH, Chen AF, Estok DM 2nd. Knee Arthrodesis Is a Durable Option for the Salvage of Infected Total Knee Arthroplasty. J Arthroplasty. 2020 Nov. doi: 10.1016/j.arth.2020.06.034
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