ACSCC 2022: Os avanços na colonoscopia

A colonoscopia é um dos principais métodos para a realização de screening para endoscopia, mesmo após o artigo publicado no New England, todas as sociedades reagiram e reafirmaram a importância da colonoscopia. 

Discussão

Neste sentido, foram discutidos os avanços das técnicas de colonoscopia entre os especialistas presentes na mesa do ACSCC 2022. Tudo começa com um bom preparo do paciente com uma boa visualização da mucosa colônica. Mesmo assim, a taxa de não detecção de adenomas presentes pode chegar a 22%. A Dra Lisa Cunningham, demonstrou alguns critérios que ajudam a determinar se as colonoscopias estão sendo bem realizadas. Entre eles está o tempo de retirada do aparelho que deve ser superior a seis minutos, idealmente nove minutos. Além disto a passagem pela válvula ileocecal deve ser documentada com foto. Alguns dispositivos podem auxiliar na detecção de pólipos, especialmente aqueles que permanecem escondidos atrás das pregas intestinais.  

Além na melhoria das taxas de detecção, a ressecção de tumores por endoscopia também tem aumentado e o Dr. Emre Gorgun exibiu dados desta melhoria e a também a necessidade de um bom preparo da peça a ser enviada para o patologista. É fundamental que a base seja bem avaliada quanto à possibilidade de invasão tumoral. Diversos dispositivos ao redor do endoscópio auxiliam para que a peça seja retirada de forma íntegra e em bloco. A novidade são os robôs endoluminais, que permitem a ressecção de tumores ainda maiores e com uma segurança ainda maior, devido à estabilidade e imagem 3D. Com o aumento da precisão o cirurgião permanece no plano de ressecção, o que aumenta a taxa de ressecção e diminui as comorbidades relacionadas a perfuração colônica.  

Mas se você estiver realizando uma ressecção endoscópica e apresenta uma perfuração ou sangramento, possui alternativas de tratamento endoscópico?  

O Dr. Garrett Friedman, demonstrou técnicas para o fechamento de lesões acidentais que ocorrem durante a ressecção de neoplasias por endoscopia, com uso de clipes evitando a necessidade operatória nestas situações. Uma dica bastante interessante,  foi que devido a magnificação do endoscópico as perfurações que podem ser enormes na endoscopia podem ser diminutas durante a cirurgia, então tatuar a área da lesão será de grande valia para o cirurgião localizar a área afetada, seja por técnicas minimamente invasivas ou aberta. Quanto aos sangramentos também podem ser utilizados, clipes, eletrocoagulação e até spray hemostático.  

Para completar a sala, o Dr. Maher A. Abbas, descreveu formas de tratamento de estenoses colônicas com balões e até o uso de stent. Assim evitamos que os pacientes sejam encaminhados a cirurgia. .  

Para levar para casa 

A colonoscopia continua sendo um método fundamental para a detecção de e tratamento de lesões colônicas. As técnicas evoluíram e mesmo as complicações relacionadas ao método, também podem ser tratadas por endoscopia.