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Carreira4 agosto 2025

Wearable devices podem ajudar a monitorar a saúde dos seus pacientes

Os wearable têm contribuído não apenas para mudar os hábitos diários dos usuários, como para repensar novas formas de atendimento médico
Por Juliana Karpinski

Um relógio inteligente, conectado à inteligência artificial, que pode detectar uma parada cardíaca e automaticamente ligar para serviços de emergência. Isso poderia ser uma cena de um filme futurista ou de super-heróis com tecnologias avançadas, mas já é algo bem real.

Recentemente aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA), o Pixel Watch 3, um smartwatch desenvolvido com tecnologias para rastreamento de informações de vitais de saúde, é apenas um exemplo de como os wearable devices (ou tecnologias vestíveis) estão inseridos nos atendimentos médicos. E o mais impressionante é que este tipo de tecnologia está longe de ser só um caso isolado.

Os wearable devices são dispositivos eletrônicos integrados em roupas, relógios, pulseiras e outros acessórios que têm a capacidade de monitorar informações de relevância médica geradas instantaneamente pelos usuários. Eles funcionam como uma espécie de extensão do corpo, registrando dados em tempo real, e podem ser úteis para monitorar sinais vitais, doenças crônicas e até detectar precocemente alterações fisiológicas.

Isso está permitindo atendimentos médicos com abordagens mais individualizadas e centradas no paciente, de forma mais rápida e contínua.

Leia mais: Importância da validação dos grandes modelos de linguagem (LLMs) na área da saúde

mão de mulher com smartwatch medindo a frequência cardíaca, representando a tecnologia e medicina

A evolução e o impacto na saúde

Os wearable devices já estão sendo usados e aprimorados na área da saúde há algumas décadas. Inicialmente, seus recursos eram limitados ao monitoramento de atividades físicas, como contagem de passos, qualidade do sono e movimentação, mas a próxima geração de dispositivos, que já está disponível no mercado ou em fase de testes, está possibilitando ir além. Hoje, podemos encontrar dispositivos capazes de monitorar bioquimicamente fluidos corporais, como suor, saliva e até lágrimas.

Os dispositivos variam muito em relação às suas funcionalidades e formas de aplicação. Eles não se limitam mais apenas ao uso com smartphones e estão sendo aplicados em diversas áreas da saúde e em diferentes formatos, com funcionalidades que vão desde o simples acompanhamento de atividades físicas até o acompanhamento de condições médicas complexas.

Leia também: A tecnologia digital e novos caminhos de cuidado na cardiologia

A seguir você confere alguns exemplos recentes de tecnologias vestíveis que estão sendo testadas ou já estão em uso na área da saúde:

 

  • Smartwatch que detecta parada cardíaca: estudos recentes testaram um algoritmo de aprendizado de máquina em um smartwatch que permite detectar a perda de pulso e realizar automaticamente uma chamada de emergência. Isso pode ser vital, especialmente em situações em que a pessoa está sem condições de responder.
  • Pele eletrônica que se autorrepara em segundos: desenvolvida com inteligência artificial, essa tecnologia de pele eletrônica é capaz de recuperar mais de 80% de sua funcionalidade em apenas 10 segundos após ser danificada. Além disso, ela consegue monitorar sinais de fadiga e avaliar a força muscular.
  • Máscara inteligente para monitoramento da respiração: este dispositivo, com um sensor de CO₂ de baixa potência, monitora a respiração em tempo real, podendo ser utilizado para diagnosticar doenças respiratórias e metabólicas, como asma, apneia do sono e dispneia.
  • Pijamas inteligentes para distúrbios do sono: este tipo de vestimenta inteligente contem sensores que utilizam aprendizado profundo para monitorar os padrões de sono de forma confortável para o usuário, incluindo respiração, ronco, ranger de dentes e apneia do sono.
  • Adesivo inteligente para monitoramento e administração de medicamentos: equipado com sensores e um sistema de administração de medicamentos, esse dispositivo é capaz de monitorar a saúde cardiovascular em tempo real ou administrar medicamentos que ajudam no controle de glicose, no alívio da dor e no tratamento de doenças crônicas.

As mudanças no atendimento ao paciente

Os wearable têm contribuído não apenas para mudar os hábitos diários dos usuários, mas também para repensar novas formas de atendimento médico com suporte desses recursos. Com o monitoramento contínuo dos dados pelos pacientes e, em alguns casos, pelo médico ou serviço de saúde, esses dispositivos permitem o acompanhamento constante, independentemente do local ou horário, e podem sinalizar quando a procura por um atendimento é necessária.

Os dispositivos estão realizando o acompanhamento e tratamento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, e estão cada vez mais ganhando espaço na área de medicina preventiva. Eles são capazes de detectar sinais precoces de doenças, ajudando médicos a identificar possíveis condições de risco antes que se tornem mais graves.

Outro benefício significativo desses dispositivos é a redução das hospitalizações ou de custos de tratamento. Eles ajudam a monitorar os pacientes em tempo integral durante suas tarefas diárias e isso pode fazer com que os cuidados sejam iniciados mais rapidamente, quando necessários, ou mesmo evitar internações, uma vez que as informações sobre o estado de saúde podem estar disponíveis para o médico e serem acompanhadas por telemedicina em casos menos complexos.

Desafios do uso dos wearable devices

Embora os wearable devices tragam muitos benefícios, como os que foram listados acima, ainda há desafios que precisam ser enfrentados. E isso não pode esperar muito tempo!

Um deles é o monitoramento constante por parte dos pacientes, que pode levar a preocupações excessivas com os dados medidos. É importante que os pacientes recebam educação para usar esses dispositivos de forma consciente, sem o risco de se alarmar com pequenas variações dos parâmetros monitorados que podem ser normais.

Outro ponto importante é o uso dos dados gerados. Esses dispositivos coletam grande quantidade de informações sobre a saúde dos usuários, por isso é necessário garantir que dados sejam armazenados e utilizados de forma ética, para evitar usos que sejam prejudiciais ao paciente.

As novas tecnologias desenvolvidas também precisam seguir atentamente a padronização dos dados gerados para estudos e, principalmente, a padronização dos protocolos de validação destes equipamentos, para que eles possam ser usados com segurança na prática clínica, pelos médicos e pacientes.

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Referências bibliográficas

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