Nos últimos anos, temos vivenciado casos de surtos e epidemias de diferentes doenças. Nesses momentos atípicos, além dos conhecimentos relacionados a diagnóstico e tratamento, algumas atitudes podem auxiliar a prática diária.
Manter-se informado
Apesar de simples, esse primeiro passo pode auxiliar muito no acolhimento e atendimento da população. Além das características clínicas, aspectos diagnósticos e do tratamento, outras informações são úteis: formas de transmissão, aspectos epidemiológicos (principalmente para identificar possíveis exposições de risco), medidas preventivas.
Medidas de vigilância também devem ser observadas. Algumas doenças são de notificação obrigatória e imediata, devendo ser relatadas aos serviços de vigilância indicados.
Em alguma situações, as autoridades locais podem estabelecer fluxos específicos para notificação, diagnóstico, disponibilização de tratamentos ou transferências para unidades de referência.
Orientar formas de prevenção
Pesquisar sobre possíveis formas de prevenção e orientar a população adequadamente é uma forma de buscar a promoção à saúde e de evitar novos casos.
Dependendo da doença, pode haver medidas de profilaxia farmacológica pré ou pós-exposição ou vacinas. É importante observar as indicações e contraindicações de cada uma, se existentes.
Medidas não farmacológicas – como cuidados com manipulação de alimentos, higienização das mãos, uso de máscaras ou repelentes – e de isolamento também devem ser orientadas aos pacientes e seus familiares e contactantes.
Não esquecer dos diagnósticos diferenciais
Durante um surto ou epidemia, a maioria dos atendimentos em unidades básicas de saúde ou serviços de emergência será de casos suspeitos da doença em evidência. Entretanto, não se deve esquecer que outras condições – infecciosas e não-infecciosas – continuam ocorrendo.
Por esse motivo, é sempre importante considerar os possíveis diagnósticos diferenciais e investigá-los de forma adequada.
Estar atento para possíveis complicações
Muitas doenças têm curso benigno e autolimitado, mas alguns casos podem evoluir com complicações ou agravamento.
Conhecer os grupos e circunstâncias em que há maior risco de doença grave e reconhecer precocemente complicações associadas ajudam a reduzir o número de desfechos desfavoráveis.
Tranquilizar os pacientes e promover educação em saúde
Não é infrequente que, diante de um surto, a população fique ansiosa e assustada. Além disso, informações falsas rapidamente se disseminam, podendo levar a graves consequências.
Nesse contexto, a equipe assistencial tem um papel fundamental em acolher e tranquilizar pacientes e familiares. A consulta também é uma oportunidade para educação em saúde, com esclarecimento de dúvidas e combate à desinformação.
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