A Anestesiologia é uma das especialidades médicas mais valorizadas no Brasil, unindo boa remuneração, ampla empregabilidade e uma rotina altamente técnica. Não à toa, é a quinta especialidade mais concorrida do país, segundo a pesquisa Demografia Médica no Brasil 2023.
Além disso, faz parte do grupo das especialidades conhecidas como “ROAD” (Radiologia, Oftalmologia, Anestesiologia e Dermatologia), grupo reconhecido por oferecer excelente remuneração com uma rotina mais previsível e equilibrada, sendo, por isso, bastante cobiçado entre os recém-formados.
Perfil do anestesiologista
De acordo com a mesma pesquisa, o perfil predominante entre os especialistas em Anestesiologia é masculino. Dos 29.358 anestesiologistas em atividade no Brasil, cerca de 61% são homens. A média de idade dos profissionais é de 50 anos, e a maior concentração está na Região Sudeste.
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O que faz um anestesiologista?
Muito mais do que “colocar pacientes para dormir”, o anestesiologista é o profissional responsável por manter a vida do paciente durante uma cirurgia. Ele atua no controle da dor, pressão arterial, oxigenação, mobilidade e nível de consciência durante os procedimentos. Também participa do pré e pós-operatório, garantindo a segurança em todas as fases do cuidado anestésico.
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Perfil do residente em anestesiologia
Se você está considerando a Anestesiologia como especialidade, é importante entender que ela exige um conjunto de habilidades específicas. Essa área combina desafios técnicos e emocionais, como:
- Capacidade de tomar decisões rápidas e liderar sob pressão;
- Calma em situações críticas, como paradas cardiorrespiratórias;
- Atenção aos detalhes, com destreza em procedimentos manuais;
- Familiaridade com fisiologia e farmacologia, que são as bases da especialidade;
- Raciocínio baseado em algoritmos, para respostas rápidas em situações emergenciais.
Também é importante ter afinidade com procedimentos como intubação, punções, bloqueios, e manuseio de drogas potentes em dosagens precisas.
Duração e carga horária
A residência em Anestesiologia tem duração de três anos e é de acesso direto, ou seja, não requer a conclusão de outra especialidade previamente. Durante esse período, o médico residente terá a oportunidade de vivenciar uma ampla gama de experiências, incluindo cirurgias de diferentes complexidades, manejo da dor, atendimento a emergências médicas e aplicação de diversas técnicas anestésicas. A carga horária é exigente, com uma presença constante no centro cirúrgico e em outras áreas de atendimento.
Além disso, uma das subespecializações que mais cresce na Anestesiologia é a Medicina da Dor, ideal para aqueles que buscam uma maior interação longitudinal com os pacientes, com foco no acompanhamento no consultório e no tratamento da dor crônica.
O que estudar?
A prova de acesso direto à residência em Anestesiologia exige conhecimentos sólidos nas principais áreas da graduação em Medicina, como Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Medicina Preventiva e Social.
Para quem deseja se preparar com mais estratégia, existem cursos específicos para os editais de estados como São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Paraíba e Ceará, além de cursos nacionais com inteligência artificial, banco de questões comentadas e acompanhamento psicológico.
O que se aprende em cada ano da residência?
A Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) define as competências esperadas por ano:
Primeiro ano
- Realização de acessos venosos periféricos e centrais
- Intubação e extubação traqueal
- Interpretação da anatomia vascular
- Identificação e manejo de choque e arritmias
- Atuação na sala de recuperação pós-anestésica
Segundo ano
- Planejamento de anestesia para cirurgias de pequeno e médio porte
- Técnicas de anestesia geral e bloqueios do neuroeixo
- Uso de monitores básicos e avançados
- Realização de bloqueios guiados por ultrassonografia
- Domínio dos aparelhos e bombas de infusão
Terceiro ano
- Avaliação pré-anestésica e elaboração do relatório anestésico
- Comunicação com a equipe cirúrgica e gestão de parâmetros fisiológicos
- Escolha de fármacos anestésicos e otimização hemodinâmica
- Avaliação e tratamento de arritmias no pós-operatório
- Como é a rotina profissional do anestesiologista?
O anestesista atua principalmente no ambiente hospitalar, dentro do centro cirúrgico, e está presente no pré, intra e pós-operatório. Pode atuar como plantonista em hospitais, membro de um grupo de anestesistas e profissional parceiro de um ou mais cirurgiões.
Mercado de trabalho e salário
O mercado para anestesiologistas é aquecido e em expansão. Plantões são geralmente bem remunerados, e a possibilidade de atuar em diversos formatos (hospitalar, consultório, clínicas de dor) amplia as oportunidades.
O salário médio de um anestesiologista gira em torno de R$ 8.000, podendo ultrapassar R$ 15 mil mensais, dependendo da região e do modelo de trabalho. A carga horária de um programa de residência médica em Anestesiologia é de 60 horas semanais, com um máximo de 24 horas de plantão. O programa dura três anos, com 2.880 horas por ano
Melhores do Brasil
A Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) credencia atualmente 110 instituições. Entre as mais bem avaliadas, segundo o relatório de 2020 dos CETs da SBA, destacam-se:
- CET Hospital Geral do INAMPS (Fortaleza)
- CET Centro de Anestesiologia da Universidade de Brasília
- CET Hospital de Base do Distrito Federal
- CET Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da UFMG
- CET Hospital das Clínicas da UFPE
- CET SAMPE – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
- CET Centro Médico de Campinas
- CET da Disciplina de Anestesiologia da FMUSP
- CET CARP – Clínica de Anestesiologia de Ribeirão Preto
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A escolha da melhor instituição vai depender dos seus objetivos, local de residência e perfil de formação desejado.
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