O início da residência é um momento que, muitas vezes, é marcado por grandes expectativas e alegria, mas também frequentemente vem carregado de insegurança. Além da nova dinâmica com colegas e preceptores e um novo ambiente hospitalar, o contato com conhecimentos mais profundos em uma especialidade pode ser um ponto de preocupação para os residentes.
Na infectologia, não é diferente. Considerando o vasto campo de assuntos que estão no escopo da especialidade, é esperado que quem esteja ingressando na residência de Infectologia possa se sentir perdido em relação ao que estudar e ao que já precisa saber ao iniciar essa etapa de formação.
Vamos conferir alguns pontos importantes que merecem atenção desde o início.
Características dos antibióticos
Uma das maiores preocupações do novo residente é, com certeza, dominar os aspectos de antibioticoterapia, um assunto amplo e complexo. Para o médico que está iniciando a residência, é importante saber as classes de antimicrobianos e seus principais representantes, assim como algumas de suas características, tal como o principal espectro de ação. Entender o mecanismo de ação de cada classe vai auxiliar a entender os mecanismos de resistência posteriormente, que serão estudados com maior profundidade ao longo da residência.
Da mesma forma, saber a característica de farmacocinética das principais classes dos antimicrobianos – por exemplo, que os antibióticos beta-lactâmicos são tempo-dependentes – também é um conhecimento que serve de base para o aprofundamento em questões referentes à prática de stewardship e ao uso racional de antimicrobianos.
Diretrizes nacionais de cuidados de pessoas vivendo com HIV
Outro assunto importante desde o início da residência é o cuidado de pessoas vivendo om HIV. O Ministério da Saúde tem publicado as diretrizes nacionais de diagnóstico, prevenção e tratamento de infecção pelo HIV.
Entender características dos testes diagnósticos disponíveis, as principais estratégias de prevenção combinada, incluindo as indicações de profilaxia pré-exposição (PrEP), e os principais esquemas indicados para tratamento torna-se importante por serem um dos aspectos mais frequentemente vistos na prática da especialidade. Para isso, também é importante entender a fisiopatologia da infecção e a relação estabelecida entre vírus, células imunes do hospedeiro e patógenos oportunistas.
Algumas dessas diretrizes incluem:
- PCDT para manejo de infecção pelo HIV em adultos
- PCDT para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de risco à infecção pelo HIV
- Manual Técnico para Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças
Principais síndromes clínicas infecciosas
Conhecer as condições infecciosas mais prevalentes na prática clínica, como pneumonia, infecções de pele e partes moles e infecções urinárias, com ênfase nos principais agentes etiológicos e diagnósticos diferenciais também é importante.
Junto às características das classes de antimicrobianos, esse conhecimento é a base para entender e pensar nos esquemas de tratamento mais adequados.
Esses temas são a base para o manejo da maioria das condições na prática diária da Infectologia e sua compreensão e domínio permitirão um maior aproveitamento dos estudos e discussões dos casos durante a residência.
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