Renda extra: 7 atividades para diversificar os ganhos sem largar a prática clínica

“A medicina não é mais como antes.” Quantas vezes ouvimos ou falamos essa frase quando o assunto é remuneração financeira na medicina? Seja pelo aumento da concorrência das vagas no mercado, pressão por produtividade, carga horária intensa, remuneração abaixo das expectativas em algumas regiões ou mesmo pelo objetivo de criar uma reserva financeira, buscar outras fontes de renda tem sido uma opção para médicos que querem diversificar os ganhos, sem abrir mão da prática clínica. Isso é possível e pode ser feito dentro das regulamentações da profissão.

Além de reforçar o orçamento, as atividades paralelas permitem que o médico explore interesses fora da medicina tradicional, conheça profissionais em diferentes áreas e desenvolva habilidades que a faculdade não costuma ensinar, como contar histórias com clareza, entender um pouco de marketing e aprimorar a comunicação.

Veja a seguir 7 sugestões que cabem no dia a dia do médico e que podem ser boas formas de turbinar o bolso.

Sugestões

1. Consultas on-line (telemedicina)

A telemedicina se consolidou após a pandemia como uma forma segura de atender pacientes remotamente. Médicos podem realizar atendimentos clínicos, acompanhamentos e orientações em plataformas digitais, expandindo o alcance além dos pacientes locais. As consultas online oferecem flexibilidade nos horários e podem ser encaixadas nos períodos ociosos.

É importante respeitar as boas práticas de atendimento à distância, o sigilo das informações e manter o prontuário eletrônico com o registro da consulta. A atividade é regulamentada pelo CFM e deve ser comunicada aos conselhos regionais. Além disso, o médico deve ter o certificado digital para emitir os documentos aos pacientes.

Remuneração: entre R$ 100 e R$ 400 por consulta, a depender da especialidade e tempo de consulta.

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2. Consultoria médica

Médicos especialistas podem usar suas experiências para oferecer consultoria a empresas, startups ou organizações de saúde, aconselhando sobre tópicos como processo regulatório, melhoria da qualidade, programas clínicos e até desenvolvimento e aceleração da adoção de produtos de saúde

Nesta atividade, construção da autoridade e visibilidade são os primeiros passos. O médico deve começar criando um perfil no Linkedin e valorizando o networking. São eles que provavelmente vão gerar as primeiras oportunidades. Também é importante ter boa comunicação, raciocínio estratégico e familiaridade com áreas como inovação em saúde e regulamentações.

Remuneração: entre R$ 200 e R$ 1.000 por hora, dependendo da carga horária e experiência.

3. Criação de cursos on-line

Desde a pandemia, a procura por cursos em plataformas on-line aumentou e vem se tornando um recurso frequente para a educação continuada. Os médicos podem usar isso como uma opção para atividades paralelas compartilhando conhecimento enquanto ajudam outros colegas ou pacientes a aprender.

As aulas podem ser gravadas ou ao vivo, em plataformas de cursos, sites próprios ou grupos fechados. Além do conhecimento técnico, para essa atividade é importante que o médico tenha boa didática, habilidades de gravação de vídeo e noções de marketing para fazer a divulgação.

Remuneração: variável conforme o número de alunos, pode ir de R$ 2.000 a mais de R$ 30.000.

4. Mentoria de carreira para acadêmicos e recém-formados

Com tantas dúvidas sobre provas, especialidades e opções de carreira, estudantes e recém-formados têm buscado mentores para orientar suas escolhas. Médicos mais experientes podem oferecer sessões de mentoria para compartilhar suas vivências e ajudar na organização dos estudos e direcionamento profissional.

Nesta atividade, o médico já deve ter uma vivência clínica, além de clareza na comunicação, escuta ativa e empatia. Seus mentorados serão estudantes ou recém-formados com muitas dúvidas e incertezas sobre a carreira. Também é importante lembrar que a mentoria não substitui supervisão clínica, por isso, o médico deve ser transparente sobre os limites da mentoria e evitar influenciar nas decisões pessoais.

Remuneração: entre R$ 100 e R$ 400 por sessão.

5. Produção de conteúdo em blog, vídeo ou podcast

Os pacientes estão cada vez mais recorrendo à internet para obter informações sobre saúde. Um blog, canal de vídeo ou de podcast bem elaborado pode se tornar uma fonte de renda e uma prestação de serviço confiável para esclarecer dúvidas dos pacientes com base em evidências científicas.

Para começar, o médico deve ter um nicho de atuação definido (pediatria, estilo de vida, saúde mental) e delimitar quem será seu público. Criar conteúdo relevante, com linguagem acessível, storytelling e regularidade é o segredo para ter um bom alcance. O médico também deve seguir as normas do CFM sobre publicidade médica.

Remuneração: variável, conforme o alcance.

6. Desenvolvimento de produtos ou serviços de saúde

A saúde possui diversos problemas a serem solucionados. O médico, como peça importante desse sistema, pode contribuir com ferramentas que forneçam soluções. Isso inclui desde infoprodutos para simplificar conhecimentos complexos até o desenvolvimento de aplicativos e plataformas digitais em startups.

Estudos mostram que a participação de médicos em startups da área da saúde, por exemplo, pode ser importante para melhorar a inovação e desempenho financeiro dessas empresas, além de ter maior probabilidade de receber financiamento e gerar receitas maiores.

O primeiro passo é ter um olhar para a prática clínica, identificando dores que são vivenciadas na atividade profissional. Embora seja importante ter noções de design de produto, UX, saúde digital, gestão e validação de mercado, o médico deve buscar apoio de desenvolvedores, designers ou incubadoras. Conforme o produto desenvolvido, também é preciso seguir normas da Anvisa, LGPD ou legislação sanitária.

Remuneração: variável, conforme o produto.

7. Redação e revisão médica

Médicos que gostam de escrever e têm facilidade em comunicar seus conhecimentos podem atuar na produção de textos para editoras, sites médicos, startups de saúde, materiais educacionais ou periódicos científicos.

Além de ter domínio do português e saber normas, como ABNT ou Vancouver, o médico deve ter conhecimentos básicos de inglês técnico, habilidades de escrita e saber usar fontes confiáveis como referência para seus conteúdos.

Remuneração: a partir de R$ 200 por texto conforme área de publicação e conhecimento técnico.