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Carreira9 junho 2025

Quais temas o novo residente de radiologia precisa dominar?

Por Elazir Mota

A residência de radiologia e diagnóstico por imagem pode ser bastante desafiadora para os iniciantes (R1), já que é necessário um bom domínio da anatomia e raciocínio clínico para adequada avaliação dos exames de imagem.

Acredito que no primeiro ano da residência é fundamental o estudo da anatomia, clínica médica e a física dos exames de imagem, ou seja, como cada aparelho funciona e suas bases físicas.

Nos próximos anos (R2 e R3) será interessante aprimorar o parecer e confecção de laudos, dominando a avaliação por imagem dos principais métodos, como radiografia convencional, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

Listamos aqui os top 3 diagnósticos fundamentais que todo residente precisa dominar:

 

residente de radiologia analisando exame

Acidente vascular encefálico

Diante da suspeita de acidente vascular encefálico, o radiologista logo é solicitado. Listaremos alguns sinais tomográficos precoces de acidente vascular encefálico na tomografia:

Achados sugestivos de acidente vascular isquêmico

  • Hipoatenuação do parênquima encefálico;
  • Núcleo lentiforme obscurecido;
  • Hiperdensidade na artéria cerebral média;
  • Perda da distinção córtico-subcortical da insula (insular ribbon sign).

Hemorragia intracraniana (intraparenquimatosa)

  • Hematoma de localização intraparenquimatosa, fazendo um edema ao redor do sangramento (imagem hipodensa) circundando a hemorragia.

 

Caso clínico: Paciente masculino, 68 anos, com hemorragia intraparenquimatosa causada por rotura de um aneurisma da artéria cerebral média esquerda. Observamos a presença de áreas espontaneamente densas (sangue), intraparenquimatosas, no lobo frontal e parietal esquerdos (setas vermelhas) causando discreto desvio da linha média contralateralmente.  Nota-se ainda hipodensidade periférica por edema.

Hemorragia subaracnoide

  • Os espaços liquóricos que envolvem os sulcos ficam hiperdensos no estudo tomográfico.

Caso clínico: Cisternas da base obliteradas por conteúdo hiperdenso (hemático), compatível com extensa hemorragia subaracnoide.

Apendicite aguda

  • Na população pediátrica: exame de escolha será a ultrassonografia, pois é livre de radiação ionizante.

Critérios por imagem ultrassonográficos:

  • Apêndice não compressível
  • Diâmetro > 6 mm
  • Apendicolito
  • Líquido livre e/ou coleções
  • Aumento da ecogenicidade da gordura periapendicular

  • Nos adultos e idosos;
  • No adulto em geral, o valor de corte é acima de 7 mm, com os mesmos sinais ultrassonográficos descritos para a população pediátrica;
  • Em geral, neste grupo será solicitada tomografia computadorizada do abdome com contraste venoso (essencial para avaliar possíveis complicações).

 

Abdome agudo obstrutivo

É tarefa do radiologista definir e avaliar se naquele abdome agudo será necessária intervenção cirúrgica ou não.  Considerada dilatada quando a alça mede de diâmetro mais de 2,5 cm (alça de delgado) proximal a uma alça normal ou distal a uma alça colabada.

Além disso, definir se é uma obstrução em alça fechada, sendo necessária nestes casos, a cirurgia. Na radiografia de abdome, existem alguns sinais que podem sugerir um processo obstrutivo agudo. Lembrar da regra dos 3-6-9 (3 cm – delgado; 6 cm – cólon; 9 cm – ceco).

Descrição da imagem: Radiografia de abdome evidenciando acentuada dilatação das alças colônicas (seta), confirmado volvo de sigmoide pós-cirurgia. Notar ainda a ausência de gás na ampola retal (asterisco).

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