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Carreira13 agosto 2025

Os 72 anos do Ministério da Saúde: trajetória e avanços na saúde da mulher

Celebrar os 72 anos do Ministério da Saúde é reconhecer sua relevância na consolidação do direito à saúde como cidadania
Por Ênio Luis Damaso

O Ministério da Saúde foi criado em 25 de julho de 1953, pela Lei nº 1.920, após a separação do então Ministério da Educação e Saúde. Desde então, o órgão assumiu o papel de formulador e coordenador das políticas públicas de saúde no Brasil, com a missão de promover a saúde e o bem-estar de todos os brasileiros, garantindo a universalidade, integralidade e equidade no atendimento.

Com a Constituição Federal de 1988, a saúde passou a ser reconhecida como direito de todos e dever do Estado, e a Lei nº 8.080/1990 deu origem ao Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores e mais complexos sistemas públicos do mundo. O SUS garante acesso integral, gratuito e universal desde a atenção básica até procedimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos. Sua gestão é descentralizada, com responsabilidades compartilhadas entre União, Estados e Municípios, e participação social ativa por meio dos Conselhos de Saúde.

A estrutura do Ministério da Saúde envolve diversas secretarias estratégicas, como a de Atenção Primária, a de Atenção Especializada, a de Vigilância em Saúde e a Secretaria de Saúde Indígena. Também estão vinculados ao Ministério importantes órgãos e instituições, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Além disso, o Ministério atua em conjunto com o Conselho Nacional de Saúde e a CONITEC, que definem diretrizes e analisam a incorporação de novas tecnologias no SUS.

 

Anemia em mulheres

Políticas para a saúde da mulher: integralidade e equidade

A saúde da mulher sempre foi um eixo estratégico da atuação do Ministério. Em 2004, foi lançada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), construída de forma participativa com movimentos sociais, entidades científicas e gestores. Essa política trouxe um olhar ampliado sobre a mulher, indo além da maternidade, para contemplar todas as fases da vida e as múltiplas dimensões da saúde feminina.

O cuidado integral inclui saúde ginecológica, direitos sexuais e reprodutivos, atenção obstétrica e puerperal, dignidade menstrual, climatério e menopausa, saúde mental e enfrentamento à violência de gênero. Entre as estratégias implementadas estão o rastreamento do câncer do colo do útero por meio do exame Papanicolau, a vacinação contra o HPV, a ampliação do acesso a métodos contraceptivos, a atenção obstétrica humanizada, o atendimento a vítimas de violência sexual e a oferta de interrupção gestacional nos casos previstos em lei.

A Coordenação-Geral de Atenção à Saúde das Mulheres, vinculada à Secretaria de Atenção Primária, é responsável por articular ações com estados, municípios e sociedade civil, garantindo que as diretrizes da PNAISM sejam efetivas. Essa atuação busca reduzir a mortalidade materna, prevenir agravos e melhorar a qualidade de vida das mulheres brasileiras, com atenção especial às populações em situação de vulnerabilidade.

 

Avanços e desafios

O Ministério da Saúde, ao longo de seus 72 anos, foi protagonista em marcos históricos, como a criação do SUS, a ampliação dos programas de imunização e a estruturação de redes de atenção integral. Na saúde da mulher, programas como a Rede Cegonha e as estratégias de planejamento reprodutivo consolidaram avanços importantes no cuidado obstétrico e neonatal.

No entanto, permanecem desafios: a redução das desigualdades regionais, a ampliação do acesso a exames preventivos (como o Papanicolau e a mamografia), o enfrentamento da violência de gênero e a garantia de assistência obstétrica segura e humanizada. A continuidade do fortalecimento do SUS e o investimento em políticas públicas sensíveis às necessidades das mulheres são fundamentais para avançar nesses campos.

 

Conclusão

Celebrar os 72 anos do Ministério da Saúde é reconhecer sua relevância na consolidação do direito à saúde como cidadania. É também destacar os avanços nas políticas de atenção integral à saúde da mulher, que refletem o compromisso com a equidade, a dignidade e a promoção da saúde feminina em todas as fases da vida.

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Referências bibliográficas

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