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Carreira13 janeiro 2025

Jornais predatórios: fique atento, jovem pesquisador

A pressão por publicação cria oportunidades para jornais predatórios, que cobram por artigos sem transparência e ética
Por Leandro Lima

A pressão por publicação, especialmente entre os iniciantes médicos-cientistas e aqueles dedicados à academia, gerou uma excelente oportunidade de ganhos financeiros por indivíduos e entidades mal intencionadas.

 

Artigos mais importantes publicados em 2020 no New England Journal of Medicine

O que são, afinal, os Jornais predatórios?

Tratam-se de jornais ou revistas científicas, geralmente da área médica, que escolhem nomes semelhantes a periódicos de renome e que fomentam a publicação de artigos científicos mediante pagamentos, sem transparência sobre os métodos e muitas vezes lançando mão da busca ativa para a captura de novos clientes, como o envio de e-mails insistentes aos potenciais subscritores (se você não for um cientista de destaque, desconfie dobrado!).

Caracterizam-se pela grande fugacidade, surgindo e desaparecendo com a mesma facilidade, o que torna uma estatística mais apurada imprecisa, embora tenham sido estimados em mais de 15.000 no ano de 2021.

Uma vez liquidada a fatura, os artigos podem nunca ser publicados, ou uma vez divulgados, ter o potencial de manchar a carreira dos novos pesquisadores ou trazer dados errôneos e tendenciosos à literatura médica.

O que fazer para evitar o golpe?

A principal ferramenta recomendada para evitar cair nessa cilada é o bom senso. Deve-se realizar a checagem do periódico, dando preferência à submissão para jornais de boa reputação (muito dos quais realmente exigem o pagamento de uma taxa para a publicação).

Mais do que isso, uma mentoria confiável é sempre desejável, em proximidade a professores e preceptores idôneos, e por vezes sob a orientação de bibliotecários experientes.

Os médicos-cientistas devem sempre primar pela conduta ética, não cedendo à tentação da facilidade de publicação, seja para turbinar o seu currículo com o intuito de fomentar o ego ou com o objetivo de ganhar vantagens em concursos públicos e provas de residência médica.

Essa postura, obviamente, em nada combina com o “ser médico”, dessa forma é condenável aliciar-se à anticiência e ao estelionato científico que tem se aproveitado das vulnerabilidades da nossa categoria.

 

Conclusão e mensagens práticas

O ímpeto de ser cientificamente relevante deve ser sempre balanceado com a ética e desejo de contribuir de forma honesta para a literatura médica.

O olhar dos acadêmicos, jovens médicos-cientistas, professores universitários e instituições de ensino deve estar atento para a voracidade dos jornais predatórios, dando luz a sua existência e a sua natureza espúria.

O hardwork é a regra na medicina e na vida: sempre tenha um pé atrás em relação a facilidades demasiadas. Ainda que a publicação realmente se concretize, valendo-se de brechas nos trâmites de indexação, é nossa missão não usar desses subterfúgios, sob o risco de manchar de forma catalogada e ad aeternum a reputação, que é o bem mais valioso.

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Referências bibliográficas

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