O treinamento simulado é uma metodologia de ensino bastante comum na formação médica e desempenha um papel crucial no desenvolvimento de habilidades durante a graduação. No entanto, ao iniciar a carreira profissional, o contato com pacientes reais permite que o médico transforme o conhecimento teórico adquirido ao longo de anos em experiência prática, reduzindo as lacunas de conhecimento criadas ao longo da formação.
Uma alternativa para esse aperfeiçoamento das aptidões do médico recém-formado é a realização de formações complementares, cursos e imersões práticas, como a pós-graduação latu senso, que possibilitem a vivência e interação com pacientes. Melhor ainda se essas atividades forem acompanhadas por mentores e professores com experiência técnica e ampla atuação no mercado.
A seguir, você confere alguns pontos que demonstram a importância da prática médica com pacientes reais para a construção das competências do médico no início de sua carreira.
Habilidades clínicas e técnicas
O ensino médico costuma ser segmentado, com foco em áreas específicas do conhecimento ou especialidades médicas, moldando o pensamento do futuro médico em “abas” para cada temática. Mas, ao se deparar com o paciente, o médico precisa vê-lo como um todo e abordá-lo de maneira integral, com todas as suas individualidades, para desenvolver o raciocínio clínico e tomar decisões. E isso é bem mais complexo do que se imagina, sem ter a experiência prática!
Além disso, o contato com pacientes proporciona a oportunidade de aprimorar habilidades, como a realização de procedimentos clínicos e cirúrgicos, necessários ao profissional. As primeiras tentativas são normalmente difíceis e o aperfeiçoamento vem com treinamento.
Ter um ambiente com a orientação de outros médicos mais experientes e a possibilidade de aplicação real é um caminho importante para a melhora da execução dessas técnicas.
Melhora do relacionamento interpessoal
O domínio das competências de comunicação para o médico é tão essencial quanto as habilidades técnicas. Isso começa pela anamnese e deve estar presente durante todas as etapas do atendimento.
No entanto, no início da carreira, é comum que o médico ainda não tenha a habilidade de algumas soft skills necessárias para estabelecer uma conexão verdadeira com o paciente, transmitir informações de forma clara e garantir que ele compreenda e faça a adesão ao tratamento corretamente.
Por isso, a boa relação médico-paciente é fundamental para o sucesso do atendimento e também precisa ser construída por meio de experiências práticas reais.
A interação e a criação de vínculos são a base para isso. É neste momento que o médico vai poder colocar em prática as técnicas de escuta ativa, desenvolver empatia, promover a humanização do atendimento e estar atento às necessidades individuais de cada pessoa.
Desenvolvimento de aptidões emocionais
O médico em início de carreira também vai presenciar situações de emergência, ter que tomar decisões sob pressão, fazer comunicações de notícias difíceis, entre outras demandas, e precisa estar preparado técnica e emocionalmente para enfrentar esses momentos. Por isso, o contato com pacientes reais também auxilia no desenvolvimento dessas capacidades emocionais, tanto para o médico quanto para oferecer o suporte adequado ao paciente em momentos mais delicados.
Essa interação direta com o paciente promove a construção de confiança e segurança para que o médico se torne mais flexível e preparado emocionalmente para enfrentar as situações críticas que surgem ao longo da profissão.
Caso algum desses aspectos não seja plenamente alcançado nos primeiros contatos com paciente, o feedback de outros profissionais que estão acompanhando pode contribuir para a melhora em situações futuras.
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