Habilidades que o médico recém-formado deve dominar para ingressar na residência

O fim da formação e o início da prática profissional é um momento desafiador para todos os médicos à espera das primeiras experiências na profissão. Por outro lado, também é um momento importante para consolidar os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos e desenvolver as habilidades necessárias para a prática médica. É natural o médico recém-formado se perguntar: “Será que estou realmente pronto para enfrentar os desafios da residência?”

Diante de tudo o que foi visto e ensinado na faculdade, quais são os conhecimentos, habilidades e atitudes que o jovem médico precisa ser capaz de executar no começo da atuação profissional? Algumas delas podem ser aperfeiçoadas ao longo de uma residência médica, mas outras precisam ser conhecidas e dominadas pelo médico desde o início.

Na medicina, todo o aprendizado é importante, não há dúvidas sobre isso. Mas, para garantir um padrão mínimo de competência, a Association of American Medical Colleges desenvolveu, em 2014, uma lista atemporal de tarefas essenciais que todos os novos médicos devem estar preparados para executar sob supervisão indireta desde o primeiro dia de residência, independentemente da especialidade escolhida.

Mais recentemente, um estudo publicado na BMC Medical Education também apresentou uma relação de tarefas que os médicos recém-formados devem ser capazes de realizar, considerando um modelo de educação baseado em competências. Essas habilidades são fundamentais para o desenvolvimento de um profissional que esteja apto a oferecer atendimento seguro e eficaz aos pacientes.

Tarefas

Fizemos a seleção de algumas destas tarefas que o médico recém-formado deve estar apto a realizar ao começar uma residência ou iniciar seus atendimentos ao paciente. Confira abaixo:

 

1. Histórico e exame físico: Realizar uma anamnese detalhada e um exame físico minucioso e relevante para o paciente. Documentar adequadamente todas essas informações do encontro clínico no prontuário garantindo a continuidade do cuidado.
2. Diagnóstico: Priorizar um diagnóstico preliminar entre os diagnósticos diferenciais, utilizando raciocínio clínico e evidências científicas. Isso orienta os próximos passos do tratamento.
3. Promoção de saúde e prevenção: Identificar a necessidade e iniciar intervenções para promover a saúde e prevenir doenças, incentivando a educação em saúde e a medicina preventiva.
4. Situações de urgência: Estar preparado para identificar rapidamente pacientes que necessitam de cuidados urgentes e iniciar a intervenção primária de maneira correta para evitar agravamentos.
5. Documentação: Resumir, documentar corretamente, prescrever tratamentos e emitir atestados médicos com base no encontro clínico com o paciente, garantindo que todas as informações estejam acessíveis.
6. Equipe multidisciplinar: Trabalhar de forma integrada com outros profissionais da área da saúde para fornecer o atendimento completo ao paciente.
7. Segurança do paciente: Contribuir para a segurança do paciente seguindo protocolos, evitando erros médicos e promovendo boas práticas médicas.

Dominar as competências listadas acima (e as demais que são necessárias para o bom atendimento do paciente) proporciona ao médico um início mais confiante para os desafios que ele irá vivenciar na medicina.

O aprendizado e a atualização contínua são parte do desenvolvimento profissional do médico e devem estar sempre presentes, mas as habilidades básicas precisam ser praticadas desde a formação.

Quais outras tarefas ou habilidades você considera relevantes para que o médico recém formado desempenhe suas atividades no início da carreira?