O internato corresponde ao período final da faculdade (em média os últimos dois anos), nos quais as aulas práticas predominam e preparam o aluno para a prática no dia a dia médico.
Nesse período, o interno deve ser capaz de adquirir habilidades sobre como lidar com o paciente e suas condições em cada especialidade da medicina.
Como lidar com o paciente diabético?
No âmbito da endocrinologia, uma das condições mais vistas no cotidiano dos ambulatórios são os pacientes com diabetes mellitus.
Em primeiro lugar, é importante que o estudante tenha o conhecimento básico sobre a condição abordada. Entender a fisiopatologia da doença, suas causas, seus sintomas e manifestações clínicas, seu diagnóstico e tratamento.
É importante o acolhimento do paciente, principalmente se for um que esteja recebendo o diagnóstico. Além de empatia, o futuro médico deve saber explicar ao paciente que se trata de uma condição crônica e que, portanto, o tratamento irá durar a vida toda. No entanto, deve também tranquilizá-lo e explicar sobre a vasta variedade de opções medicamentosas que o diabetes mellitus fornece.
Orientação sobre tratamento
Atualmente, apesar de ser uma condição crônica, os medicamentos antidiabéticos apresentam múltiplos benefícios, sendo muito deles protetores renais e cardiovasculares, além de auxiliarem em perda de peso.
O interno deve saber rastrear as complicações micro e macrovasculares do diabetes mellitus de forma a preveni-las e também oferecer o melhor tratamento, quando necessário.
Uma questão bem delicada que deve ser trabalhada com o interno é quanto ao uso da insulina. Em pacientes com diabetes mellitus tipo 1, o tratamento com insulina é recomendado tão logo seja feito o diagnóstico. Já em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, o uso da insulina pode ser indicado quando o tratamento com múltiplas medicações por via oral em doses otimizadas não estejam sendo suficientes.
Empatia
Importante que o interno aprenda a fornecer todas as orientações quando ao manuseio das seringas, agulhas e canetas; orientar sobre locais de aplicação no corpo e armazenamento e explicar sobre como proceder em casos de hipoglicemia.
Além disso, importante que o interno desenvolva o lado humano ao entender a dificuldade de aceitação do uso de insulina por alguns pacientes. Cabe ao jovem médico ser estimulado a ter empatia e se colocar à disposição para qualquer dúvida em relação às insulinas.
Uma outra questão fundamental é que o aluno saiba reforçar a importância de um tratamento multidisciplinar e realçar a importância do tratamento não farmacológico com prática regular de atividade física e acompanhamento nutricional para uma alimentação mais equilibrada.
Em suma, mais do que aprender sobre a condição médica que envolve o diabetes mellitus, se faz necessário que o interno olhe essa doença com outra perspectiva, visando o sucesso do tratamento desses pacientes.
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