Revolução no tratamento da obesidade
Este conteúdo foi produzido pela Afya em parceria com Lilly de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal Afya.
A obesidade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, e acidente vascular cerebral. O excesso de tecido adiposo, particularmente o acúmulo de gordura visceral, promove um ambiente pró-inflamatório e pró-aterogênico, favorecendo o surgimento de disfunções metabólicas como resistência à insulina e dislipidemias. Isso resulta em alterações endoteliais que contribuem para o desenvolvimento e a progressão da aterosclerose¹.
A obesidade está envolvida também com outras condições, como diabetes mellitus (DM), síndrome da apneia obstrutiva do sono e esteatohepatite não-alcóolica (NASH)¹.
O tratamento envolve medidas comportamentais, com foco em dieta e exercícios, além de medicações que podem ajudar na perda de peso. Para pacientes obesos de alto ou muito alto risco com DM tipo 2 e IMC ≥ 35 kg/m², que não conseguiram perder peso com medidas comportamentais associado a medicações, a cirurgia bariátrica pode ser uma opção¹.
Até o surgimento das medicações que atuam no sistema das incretinas, as medidas farmacológicas para tratamento da obesidade eram mais limitadas. Medicações como orlistat e naltrexone/bupropiona conseguiam reduzir cerca de 4,1 a 4,8% do peso corporal¹. Outras medicações que eram utilizadas poderiam até aumentar o risco cardiovascular, como a sibutramina².
Com a chegada dos agonistas de receptor GLP-1, começamos a observar resultados mais impactantes. A perda de peso médio com Liraglutida era de 5,4%¹, e com a Semaglutida de 12,5%¹. E além de serem seguras do ponto de vista cardiovascular, conseguiram ainda reduzir desfechos como morte cardiovascular, infarto não fatal e acidente vascular cerebral (AVC), em pacientes com doença cardiovascular pré-existente³.
Os agonistas do receptor GLP-1 atuam aumentando a saciedade, reduzindo o esvaziamento gástrico e aumentando a produção de insulina pelas células beta pancreáticas¹. E mais recentemente surgiu a Tirzepatida, que é também um incretinomimético, mas atua como agonista tanto do receptor de GLP-1 como do GIP (polipeptideo insulinotrófico glicose-dependente)¹. Essa atuação nos receptores GIP teria um efeito sinérgico, aumentando a potência da medicação. No estudo SURPASS-24, mostrou uma redução significativamente maior da hemoglobina glicada do que a semaglutida de 1,0mg, no tratamento da diabetes.
Em relação ao peso, o estudo SURMOUNT-15 mostrou uma redução de peso de até 20,9% com uso da Tirzepatida, comparada com placebo, atingindo assim níveis próximos da cirurgia bariátrica. O estudo que comparará Tirzepatida e Semaglutida no tratamento da obesidade ainda não foi publicado (SURMOUNT-5)6. Lembrando que nesses pacientes, a dose da semaglutida chega a 2,4mg.
No Brasil, a Tirzepatida já está aprovada, mas somente para tratamento da diabetes. As próximas evidências devem reforçar possíveis novas indicações para essa medicação.
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