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Cardiologia27 março 2024

Reposição hormonal e insuficiência cardíaca em mulheres na pós-menopausa 

Pesquisadores realizaram revisão sistemática e metanálise sobre terapia de reposição hormonal e sua relação com doenças cardiovasculares em mulheres
Insuficiência cardíaca (IC) é uma condição complexa e ameaçadora a vida que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. A sobrevida aproximada é de apenas 50% em cinco anos. Diversos estudos avaliaram a relação da terapia de reposição hormonal com doenças cardiovasculares e inicialmente mostraram benefício. Porém, estudos mais recentes sugerem que pode haver aumento do risco cardiovascular, tornando essa relação controversa. Especificamente em relação a IC, estudos observacionais sugerem que possa haver melhora de sobrevida. Assim, foi feita uma revisão sistemática e metanálise sobre o assunto. Os principais pontos seguem abaixo. 

Métodos do estudo e população envolvida 

Foram incluídos estudos publicados até setembro de 2023 com as caraterísticas: ensaios clínicos controlados e randomizados com mais de um ano de duração que avaliaram mulheres na pós-menopausa, compararam terapia de reposição hormonal com estrógeno ao placebo e tinham como desfecho internação por IC.   Leia também: Recomendações para osteoporose pós-menopausa

Resultados 

Após análise de 1.459 artigos, apenas 5 preencheram completamente os critérios de inclusão. Os pacientes tinham de 49 a 73 anos e o número de participantes variou de 435 a 27015. Apenas um dos estudos avaliou pacientes com menopausa recente (< 1 ano) e os outros quatro incluíram pacientes com menopausa há 10-20 anos. A aderência medicamentosa variou entre os estudos, sendo que alguns tiveram baixa taxa de aderência e alta suspensão da medicação.   No geral, não houve diferença no risco de desfecho primário no grupo intervenção comparado ao placebo. Porém, parece que quando a medicação foi iniciada no período de menopausa precoce (< 1 ano) houve algum benefício comparado ao início mais tardio (> 10 anos). Ao se analisar especificamente o risco de IC não houve diferença. 

Comentários e conclusão  

Esse estudo tem diversas limitações e um confundidor importante, é que geralmente pacientes com maior aderência a terapia de reposição hormonal têm estilo de vida associado a menor risco cardiovascular e costumam ser mais aderentes a outros tratamentos como anti-hipertensivos e hipolipemiantes,   Na análise conjunta dos cinco estudos incluídos não foi encontrado benefício da terapia de reposição hormonal na redução de eventos cardiovasculares ou na ocorrência de IC em mulheres na pós-menopausa.   Parece haver uma tendência de melhora no risco quando o tratamento é iniciado na menopausa precoce comparado a tardia, porém, mais estudos são necessários para confirmar esses achados. Saiba mais: Plástico e risco de eventos cardiovasculares
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Referências bibliográficas

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