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A Irbesartana, bloqueador do receptor da angiotensina, tem se mostrado eficaz na diminuição da dilatação da artéria aorta em crianças e jovens portadores da Síndrome de Marfan. Conforme revela o estudo da The Aortic Irbesartan Marfan Study (AIMS), o uso do medicamento pode atrasar a necessidade de cirurgia em pacientes diagnosticados com a doença. Os dados foram divulgados em agosto deste durante o congresso ESC Congress 2018 e publicados na American College of Cardiology.
A pesquisa contemplou 192 pessoas de seis a 40 anos, selecionadas aleatoriamente em 22 hospitais do Reino Unido. Os participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro foi medicado com doses entre 150-300 mg de Irbesartana, dependendo do peso do indivíduo. O segundo grupo recebeu apenas placebo.
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Nos dois grupos, a idade média dos participantes era de 18 anos. Mais de 56% dos indivíduos receberam medicamentos beta-bloqueadores. O diâmetro da aorta foi medido com Ecocardiograma Transtorácico (ETT) em intervalos anuais por até cinco anos. A aorta dos indivíduos dos dois grupos continuou a crescer, porém o ritmo de crescimento foi menor nos participantes que receberam doses de Irbesartana em comparação ao grupo medicado com placebo (0.53 mm e 0.74 mm por ano, respectivamente).
O nível de redução ficou em 0,22 mm por ano. A taxa de incidentes cardíacos, incluindo a cirurgia no coração para substituir a raiz da aorta, foi similar nos dois grupos. Os pesquisadores concluíram que o uso de Irbesartana retardou a necessidade de operação, o que poderia gerar riscos de complicações pós-operatórias e até morte.
A Síndrome de Marfan pode se manifestar de formas diversas de acordo com o paciente. As manifestações clínicas atingem três sistemas principais: o esquelético, o cardíaco e o ocular. A síndrome acomete o sistema cardíaco provocando prolapso da válvula mitral, dilatação da aorta e sopro cardíaco.
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