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Cardiologia4 março 2020

Estenose aórtica: TAVI pode trazer algum risco a longo prazo?

Proveniente do inglês, as siglas TAVI ou TAVR ficaram conhecidas para denominar uma técnica utilizada para correção endovascular da estenose aórtica.

Proveniente do inglês transcatheter aortic-valve implantation (TAVI) ou transcatheter aortic-valve replacement (TAVR), o termo ficou conhecido para denominar uma técnica utilizada para correção endovascular da estenose aórtica com implante de bioprótese valvar. Criado inicialmente como uma alternativa à cirurgia de troca valvar em pacientes com estenose aórtica grave e com risco cirúrgico proibitivo, os resultados do TAVI superaram expectativas e foram reproduzidos até em pacientes com baixo risco cirúrgico. Entretanto, há carência de dados na literatura em relação aos resultados de longo prazo deste método.

médico segurando estetoscópio antes de realizar TAVI para estenose aórtica

TAVI a longo prazo

O estudo PARTNER 2 avaliou o TAVI em mais de 2000 pacientes em comparação com a cirurgia de troca valvar convencional e recentemente foram lançados os resultados do seguimento de cinco anos do estudo. O estudo avaliou pacientes com risco intermediário de cirurgia (definido com risco de morte de 4 a 8% no STS score) em 57 unidades nos Estados Unidos e Canadá.

Os desfechos avaliados nos cinco anos de seguimento do estudo foram morte por qualquer causa, acidente vascular cerebral (AVC) com sequelas, reinternações (reportando problemas valvares, relacionados ao procedimento ou insuficiência cardíaca), necessidade de reintervenção valvar, classe funcional avaliada pela NYHA, medidas de qualidade de vida e o ecocardiograma com análise completa da valva aórtica protética.

Leia também: AHA 2019: rivaroxabana após TAVI é seguro?

Resultados

Os resultados foram animadores, praticamente não houveram diferenças entre o grupo TAVI e o grupo da cirurgia em relação a mortalidade por qualquer causa e AVC debilitante (47.9% e 43.4%, respectivamente; risco relativo, 1.09; 95% intervalo de confiança [IC], 0.95 a 1.25; P=0.21). Além disso a melhor via de acesso foi a transfemoral, já que a transtorácica apresentou mais mortes e AVC que a cirurgia.

Em relação aos achados ecocardiográficos, os pacientes do TAVI apresentaram mais regurgitação paravalvar que os pacientes cirúrgicos (33.3% vs. 6.3%), houve também, maiores necessidades de internação e reintevenção na valva em pacientes onde o procedimento menos invasivo foi realizado. A qualidade de vida foi semelhante nos dois grupos.

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Mensagem prática

Esses resultados, aliados a avanços na tecnologia e maior curva de aprendizado dos médicos que realizam o procedimento, nos mostram que o TAVI cada vez mais se consolida como uma opção segura a troca valvar aórtica por estenose grave, e que futuramente a cirurgia pode ser reservada apenas para casos exceção.

Referência bibliográfica:

  • Makkar RR, Miller C, et al. Five-Year Outcomes of Transcatheter or Surgical Aortic-Valve Replacement. N Engl J Med 2020; 382:799-809

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