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Cardiologia1 setembro 2024

ESC 2024: Reparo percutâneo da valva mitral para regurgitação funcional não grave 

A regurgitação mitral (RM) funcional e suas complicações são causas importantes de sintomas e hospitalizações por insuficiência cardíaca (IC).

A regurgitação mitral (RM) funcional e suas complicações são causas importantes de sintomas e hospitalizações por insuficiência cardíaca (IC). Os estudos COAPT e MITRA-FR avaliaram a adição do reparo percutâneo da valva mitral como terapia adicional ao tratamento clínico otimizado para RM grave (a média da área regurgitante era 0.40 e 0.31, respectivamente) em pacientes com IC sintomática quanto aos desfechos de morte ou hospitalizações por IC, demonstrando redução significativa apenas no COAPT. 

O ensaio clínico RESHAPE-HF2 apresentado no congresso da ESC 2024, buscou fazer tais análises no cenário da RM secundária moderada a grave (média da área regurgitante de 0.23) em terapia médica otimizada. 

Estudo randomizado, aberto, com 505 pacientes, média de idade 70 anos e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) média de 31% (semelhantes aos trials prévios) 

Desfechos primários (DP): 1. Recorrência de hospitalização por IC ou morte cardiovascular em dois anos. 2. Recorrência de hospitalização por IC em dois anos. 3. Qualidade de vida (medida pela mudança na pontuação do questionário de qualidade de vida – KCCQ Score) em 12 meses. 

Desfechos secundários foram: grau de RM ≤2+ em 12 meses, distância média do teste de caminhada de 6 minutos (DTC6), taxa de pacientes em classe funcional NYHA I ou II em 12 meses, Recorrência de hospitalização por IC no seguimento de 100 pacientes-ano e morte cardiovascular no seguimento de 100 pacientes-ano. 

Houve redução dos três desfechos primários, de 36% do DP1 (RR 0.64, IC95% 0.48-0.85, p 0.002), de 41% do DP2 (RR 0.59, Ic95% 0.42-0.82) e de 10.9 pontos do DP3 (p< 0.001, IC95% 6.9-15.0) em favor da intervenção. 

Em relação aos desfechos secundários, houve também diferença significativa em benefício da intervenção apenas para DTC6 (aumento de 20.5 m, p 0.046) e para taxa de pacientes em NYHA I e II (2.35, p<0.0001).  

Pontos a serem considerados: o desenho do estudo não foi feito para demonstrar diferença de mortalidade, o estudo foi aberto o que prejudica a avaliação de sintomas e qualidade de vida. São necessários mais estudos com essa população de RM não grave para maior validação do tratamento intervencionista. 

Confira todos os destaques do ESC 2024! 

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